A zona euro deve ir "muito mais longe" do que o previsto para aligeirar a dívida da Grécia, podendo mesmo ter de perdoar uma parte, estimou o Fundo Monetário Internacional.
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A Grécia poderá precisar desde logo de "financiamento excecional" proveniente dos Estados europeus que ultrapasse a fasquia - de 82 a 86 mil milhões de euros - prevista no acordo alcançado entre o executivo de Atenas e a zona euro na segunda-feira, indica o FMI em comunicado, enviado no sábado aos dirigentes europeus.
O relatório do FMI considera que a dívida grega é "totalmente insustentável" e prevê que se vai aproximar dos 200% do seu Produto Interno Bruto (PIB) nos "dois próximos anos", quando atualmente se situa em 175%.
Neste contexto, o FMI prevê que a Europa não terá outra escolha que não aliviar a dívida grega, uma opção contra a qual está a Alemanha. Caso contrário, a instituição sediada em Washington recusa-se a participar na assistência financeira à Grécia.
O mesmo relatório dá conta de que a instituição dirigida por Christine Lagarde submeteu três opções à Europa, a primeira das quais consiste em estender, entre 10 e 30 anos, o "período de carência", durante o qual a Grécia não terá de reembolsar a sua dívida.
A segunda hipótese passa pela "transferência anual" de fundos para a Grécia e a terceira solução é um "perdão da dívida" pura e simplesmente.
Além da questão da dívida, o FMI prevê que uma degradação da situação da Grécia possa vir a exigir "financiamentos excecionais suplementares" da Europa superiores aos 85 mil milhões de euros do buraco orçamental estimado pelo FMI.