Os delegados do XII Congresso da UGT aprovaram este sábado, na generalidade, as alterações aos estatutos, com o futuro secretário-geral, Carlos Silva, a defender que o alargamento do secretariado executivo vai reforçar a capacidade de intervenção da central.
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Os novos estatutos foram aprovados, na generalidade, por "larga maioria", tendo recolhido apenas 15 votos contra e oito abstenções e estando a votação na especialidade agendada para o último dia do congresso, no domingo.
O futuro secretário-geral, Carlos Silva, que apresentou a proposta de alteração aos estatutos dos órgãos dirigentes da União Geral de Trabalhadores (UGT), disse que o alargamento do secretariado executivo vai possibilitar uma maior proximidade aos trabalhadores.
"Desejo um secretariado executivo mais alargado para ter dirigentes para correrem todo o país, estarem próximos dos trabalhadores. Quero uma central mais aberta, com mais gente a dar a cara", afirmou o sindicalista, que vai substituir João Proença na liderança da UGT.
A discussão dos estatutos foi marcada pela rejeição de uma contra-proposta que a mesa considerou não cumprir as formalidades estatutárias e cujo primeiro subscritor é José Abraão, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP).
José Abraão defendeu, a propósito do limite de idade de 70 anos previstos nas alterações agora aprovadas, que não deviam pertencer aos órgãos dirigentes elementos sindicalistas reformados.
"Há necessidade de renovar. Qualquer trabalhador no ativo deve fazer parte dos órgãos da UGT, os reformados e pensionistas deviam estar só em representação", explicou.
Em declarações à Lusa, José Abraão explicou que a sua proposta defendia que os membros do secretariado nacional e do secretariado executivo perdessem automaticamente o mandato quando se reformassem, atingida a idade legal.
O sindicalista afirmou, no entanto, que está globalmente de acordo com as alterações propostas, pelo que, na generalidade, votou a favor.
Os cerca de 900 delegados ao congresso votaram algumas alterações aos estatutos relacionadas, nomeadamente, com a igualdade de género nos corpos gerentes, a limitação de mandatos e a perda de mandato.
De acordo com a proposta de alteração dos estatutos apresentada ao congresso, o presidente da UGT, o secretário-geral e os secretários gerais adjuntos não podem ser eleitos mais de duas vezes consecutivas e os secretários executivos não podem ser eleitos mais de três vezes consecutivas.
A mesma proposta determina que os membros do secretariado executivo percam automaticamente o mandato ao completarem 70 anos.
As alterações estatutárias preveem também o alargamento dos órgãos sociais: o secretariado nacional passa de 61 para 68 elementos e o secretariado executivo passa de 14 para 16 (incluindo o secretário-geral e o presidente).
Atualmente, o secretariado nacional da UGT é composto por 28 sindicalistas social democratas e 33 sindicalistas socialistas.