A UGT diz ser "inaceitável" o aumento de 1% no escalão do IVA mais baixo que afecta os bens essenciais (alimentos e medicamentos), que têm um peso decisivo no consumo das famílias mais pobres.
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"As medidas de aumento da receita, particularmente por via do IVA e do IRS (imposto sobre os trabalhadores por conta de outrem), vai ter consequências negativas no rendimento disponível de todas as famílias e, por esse motivo, terá também um impacto social negativo, sobretudo com a subida em 1% no Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) no escalão mais baixo (5%) afectando os mais baixos rendimentos", disse à imprensa o secretário geral da UGT, João Proença.
Embora a central sindical defenda a adopção de medidas simultâneas ao nível da receita e da despesa, para que não sejam penalizadas as famílias de menores recursos, as políticas sociais, e os funcionários públicos, constata que as despesas do Orçamento de Estado estão essencialmente ligadas à Segurança Social, à Educação e à Saúde, dando um contributo fundamental para a diminuição das desigualdades sociais.
João Proença defende a proibição total da aquisição de bens e serviços em Portugal por parte das empresas sediadas em paraísos fiscais, que "ainda por cima" beneficiam de uma fiscalidade muito reduzida.
Também "a penalização forte" das remunerações variáveis dos gestores e altos quadros das empresas, nomeadamente por via do pagamento imediato de descontos para a Segurança Social, num montante de 34,75% (11% por parte do trabalhador e 23,75% por parte da empresa)" é apoiada pela UGT.
Por sua vez, a tributação "reforçada" dos lucros distribuídos pelas empresas, beneficiando os lucros reinvestidos que contribuem para a criação de postos de trabalho, é vista com bons olhos pela central sindical.