A UGT manifestou esta segunda-feira disponibilidade para discutir a redução da taxa social única, uma medida avançada no programa eleitoral do PSD, mas alertou que a sustentabilidade da Segurança Social nunca poderá ser posta em causa.
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"Estamos disponíveis a discuti-la, mas a discuti-la sempre numa perspetiva muito clara: isso não pode por em causa as receitas da Segurança Social", afirmou o secretário-geral da UGT, João Proença, em declarações aos jornalistas no final de um encontro com o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, na sede do partido e que se prolongou por cerca de hora e meia.
Admitindo que a redução da taxa social única "não é problema para a UGT", que apoiou há alguns anos a decisão de aumentar o IVA em um por cento para reduzir em 0,75 por cento a comparticipação para a Segurança Social, João Proença enfatizou a necessidade de existirem "mecanismos muito claros de salvaguarda das receitas da Segurança Social".
Pois, acrescentou, a redução generalizada da taxa social única irá levantar "muitos problemas de financiamento da Segurança Social", mas "a sustentabilidade da Segurança Social tem de ser garantida, não só para garantir as pensões dos atuais pensionistas, mas também o direito a uma reforma condigna dos futuros pensionistas".
Por outro lado, continuou o secretário-geral da UGT, se os empregadores não pagam, serão todos os cidadãos a fazê-lo através dos impostos e é necessário encontrar "uma maneira mais justa de fazer isso".
Escusando-se a pronunciar-se sobre outros aspetos do programa eleitoral do PSD, João Proença adiantou que no encontro com os sociais-democratas, que foi pedido pela UGT ainda antes do encerramento das negociações com a 'troika', o desemprego e as desigualdades sociais foram dois dos principais assuntos debatidos.