Sistema de pagamentos só tem três anos mas já atingiu um milhão de utilizadores e continua a ser mais atrativo também para quem aceita receber na nova app.
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Numa altura em que o MB Way atingiu o número recorde de um milhão de utilizadores, a aplicação desenvolvida pela Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS) para facilitar pagamentos e outras operações bancárias sem cartão continua a incentivar a adesão por parte dos comerciantes. Para estes, a aceitação do MB Way pode custar menos de metade em comissões do que o multibanco - sistema mais antigo e conhecido dos portugueses.
De acordo com um estudo comparativo dos preçários dos bancos, a taxa de serviço de cliente (TSC) cobrada pelos bancos aos comerciantes que disponham de terminal para aceitar pagamentos eletrónicos, realizado pelo Comparaja.pt para o JN, o MB Way chega a custar menos de metade do que o multibanco. O Santander cobra 0,6% de TSC pelo pagamento com MB Way e 1,15%, com um mínimo de 0,08€, para pagamentos com multibanco. O Novo Banco (NB) cobra entre 0,9 e 1,5%, com um mínimo de 0,06€ de comissão, para pagamentos com multibanco e 0,8% para MB Way. Só na Caixa Geral de Depósitos (CGD) as comissões são iguais para ambos.
"Na ótica do comerciante, importa salientar que o MB Way é limitativo, dado estar apenas disponível para detentores de um cartão da rede Multibanco e de um número de telemóvel português e ainda por ter um limite máximo de 750 euros por operação", notou José Figueiredo, CEO do Comparaja.pt, acrescentando que, embora seja "uma excelente solução de pagamento, especialmente para os consumidores mais jovens", ainda "deverá levar algum tempo" até que substitua o velho cartão de débito.
A isenção de comissões nas transferências (o serviço mais utilizado no MB Way) conquistou um milhão de clientes em três anos. Resta saber se os incentivos a comerciantes motivarão igual efeito.
COMISSÕES À VISTA
Quando o MB Way foi lançado, as transferências entre utilizadores chegaram a ser taxadas, tal como sucede nos bancos. Porém, rapidamente foram suspensas essas comissões e o serviço conquistou adeptos por ser gratuito. Mas há bancos cujos preçários isentavam essas operações apenas até 31 de dezembro do ano que findou há pouco, como a CGD ou o NB.
Na CGD, a comissão transferência indicada no preçário seria de 0,20€, porém fonte da instituição explicou que "como tem em curso uma política de incentivo à utilização dessa plataforma, está a isentar os seus clientes destas comissões".
Da parte da SIBS, confirmam ao JN que, "neste momento, todas as entidades aderentes mantêm a isenção de cobrança de valores aplicados às transferências". Porém, ao constarem dos preçários em vigor nos bancos em Portugal, nada impede que venham a ser cobradas a qualquer momento, inclusive quando algumas instituições começam a lançar aplicações de pagamento próprias com funcionalidades semelhantes (MWallet, do Millennium BCP, por exemplo).
Oito milhões de transferências foram feitas através do MB Way em 2018, num crescimento dez vezes superior ao ano anterior. É a operação mais comum para o milhão de utilizadores registados.
Cem mil compras são pagas mensalmente com MB Way através de Near Field Communication (NFC) ou de QR Code, sendo este último o mais utilizado para pagamento nas lojas aderentes.
Como obter
Para utilizar MB Way é necessário ter um smartphone e conta bancária com cartão de débito em Portugal. Depois, descarregar a app, fazer registo e ativação da aplicação num multibanco. No telefone, a app só abre com código e ainda é preciso outro código (ou impressão digital, se tiver essa tecnologia) para validar operações. A app e a utilização são gratuitas, para já, o que permite evitar algumas comissões bancárias.
Para que serve
A função mais usada é a de transferir dinheiro porque não tem custos, basta saber o número de telemóvel do destinatário e a operação é instantânea. Permite levantar dinheiro sem cartão (ou enviar código para outra pessoas levantar dinheiro), evitando o risco de o cartão ser clonado, e gerar cartões virtuais para pagar compras online.