O exercício de perceber quem é o jogador com mais finais da Taça de Portugal disputadas afasta-nos, automaticamente, das últimas décadas. E porquê? Porque, nos últimos anos, tem-se visto que é cada vez mais difícil um jogador manter-se por vários anos no mesmo emblema.
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Os clubes portugueses são, por natureza, vendedores e, portanto, veem-se hoje poucos casos de atletas que vestem a mesma camisola por vários anos consecutivos. Para além disso, tem-se visto um equilíbrio grande entre as equipas que chegam à final da competição, o que obriga a procurar o jogador com mais finais disputadas em épocas distantes. Tão distantes que nenhum jovem saberá, muito provavelmente, quem foi João Laranjeira, o recordista da prova, com nove finais, mas apenas em sete épocas. Confuso? Eis a explicação: em duas dessas épocas, o vencedor foi decidido através de uma finalíssima, algo que já não existe nos nossos dias e que consistia em jogar uma segunda mão para decidir o vencedor. Ou seja, com um empate no tempo regulamentar, não havia prolongamento, nem penáltis; era preciso repetir o jogo.
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E se foram nove finais jogadas, em sete anos, o saldo é bastante positivo para este central português. João Laranjeira, que se notabilizou ao serviço do Sporting, mas também do Benfica, conquistou o troféu em seis desses duelos (1970/71, 1972/73, 1973/74, 1977/78, 1979/80 e 1980/81). As quatro primeiras conquistas foram conseguidas de leão ao peito, as duas últimas com a camisola vermelha e branca. E se leu o artigo com atenção, já percebeu que há uma época em falta. Trata-se de 1978/79, quando João Laranjeira, pelo Sporting, perdeu o título para o Boavista, numa finalíssima que terminou com 1-0 a favor dos axadrezados.