Novo Serviço de Urgência é quase três vezes maior que o antigo
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Em plena pandemia, o Centro Hospitalar de Gaia-Espinho (CHVNG/E) foi notícia pelas melhores razões. As obras no Serviço de Urgência, há décadas prometidas, viram finalmente a luz, resultando em mais dignidade para utentes e profissionais.
O novo Serviço de Urgência é "um marco importante para a segurança e dignidade de doentes e profissionais", afirma Rui Guimarães, presidente do Conselho de Administração do CHVNG/E.
"As Urgências são o cartão de visita de qualquer hospital, e o nosso não era dos melhores: sem luz natural, com um pé direito muito baixo, sem capacidade para dar uma resposta digna a quem nos procurava, com o doente a ser obrigado a andar atrás dos profissionais, de serviço para serviço", salienta Rui Guimarães.
Um serviço onde é agora possível "prestar cuidados com a máxima dignidade, sem macas sobrepostas e com espaço. Só uma das áreas - a respiratória - é do tamanho da antiga Urgência", afirma o enfermeiro chefe da Urgência, Nuno Vieira, que recorda como foi entrar no novo espaço pela primeira vez: "Foi com um sentimento de reconhecimento, de que finalmente olhavam para nós e para os doentes. Não tínhamos as condições para realizar o nosso trabalho como queríamos, agora temos".
Esta obra era uma aspiração antiga, com muitas promessas e reveses, como lembra Alexandra Almeida - diretora da Unidade de Gestão Integrada de Anestesia, Medicina Intensiva, Urgência e Emergência: "Quando entrei para este hospital, há trinta anos, ainda as urgências eram onde hoje é a Unidade 2. Diziam-me que ia trabalhar num hospital novo, que ia ter uma urgência nova, mas tal nunca aconteceu. Mudei para aqui, o nosso Monte da Virgem, e agora com estas obras temos um espaço muito bom. Para os utentes, estas obras representam uma melhoria na qualidade de atendimento, não clínica, porque essa já existia. As antigas instalações não permitiam dar as condições que gostaríamos para os doentes, em termos de segurança e de higienização dos espaços, nem garantiam as distâncias de segurança e a privacidade dos doentes. Hoje, isso é uma realidade", acrescenta.
Nuno Vieira, há vinte anos neste serviço, garante que "cada doente tem o seu espaço individualizado, o que diminui o risco de infeções, sendo que cada uma dessas zonas tem uma casa de banho e um local para banhos assistidos. Está garantido o conforto. Temos também uma sala de emergência, o que nos garante a capacidade de responder de imediato a qualquer caso mais complexo".
Os utentes ganham, e para os profissionais, "é o reconhecimento de todos os que conseguiram resistir e prestar os melhores cuidados, mesmo a trabalhar em trincheiras, porque nem tínhamos a perceção de como era a anterior urgência, feita de pequenas salas, quase sem condições", afirma Rui Guimarães.
Alexandra Almeida atesta que agora "pode tratar-se um doente com toda a dignidade" e que "esta obra veio reconhecer uma necessidade absolutamente premente. Este hospital sempre foi, mesmo quando era um sanatório, um hospital de referência. Agora temos as melhores condições para fazer melhor e com mais dignidade", assegura.
O novo Serviço de Urgência tem cerca de 5 mil metros quadrados, sendo que o antigo tinha apenas 1.900 metros quadrados. Poderá acolher mais de 200 doentes em simultâneo, contando com quartos de isolamento para três adultos e uma criança. Desta obra que custou cerca de 13 milhões de euros, sensivelmente seis milhões são de financiamento comunitário.