Programa «GaiaCuidador» foi lançado no início de 2021 e já chega a mais de 250 pessoas
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Lançado em março de 2021, o Programa Municipal de Apoio aos Cuidadores Informais de Gaia, «GaiaCuidador», já abrange mais de 250 beneficiários. É o caso de Carla Rocha - desde 2006 mudou-se para casa dos pais, primeiro para cuidar da mãe e depois do pai, Guilherme Cardoso que, com 91 anos, continua a olhar pela sua coleção de moedas e relógios com a mesma atenção que tinha quando começou.
"Sou uma cuidadora sem me aperceber que sou", disse, ressalvando: "O apoio que agora me é dado pela autarquia é uma ajuda que deve ser replicada por muitas pessoas que estão a 100% dedicadas a esta função, que não é o meu caso". Para Carla Rocha, o processo para ser beneficiária foi muito simples: "Uma colega alertou-me para a existência do programa e pesquisei. A informação está toda na internet".
Com 91 anos, Guilherme Rocha continua a viver na casa que construiu para a sua família, recebendo todas as atenções da filha, que também apoia as suas coleções de relógios e moedas. Além do apoio financeiro e do cuidado de toda a equipa, Carla referiu a importância de "existir algo que permita aos cuidadores descansarem".
"Sempre que vou uns dias para fora com os meus filhos, tenho de pagar a alguém para cuidar do meu pai, mas muitas pessoas não têm essa capacidade", partilha. A Câmara tem a mesma perspetiva. Nesse sentido, tem em preparação um programa, em articulação com as IPSS locais e alguns hotéis da região, que visa, durante um curto espaço de tempo, ter uma IPSS que receba a pessoa cuidada para permitir que o cuidador possa usufruir de um hotel da região.
O «Gaia Cuidador» visa garantir que as pessoas que necessitam de cuidados permanentes, com baixos rendimentos, possam manter-se no seu domicílio sob os cuidados de familiares. O programa integra, ainda, sessões de informação e esclarecimento para o desenvolvimento dos cuidados a prestar. Para Elisabete Meireles, que cuida em permanência dos seus dois filhos que sofrem de síndrome de Treacher Collins, "é uma ajuda", mas é mais do que isso. "É sentir que não estamos esquecidos". Esta cuidadora, agora com 66 anos, foi obrigada a reformar-se aos 48 anos para cuidar dos filhos, que não deixaram de frequentar as instituições de apoio. "Recebia por cada um, da Segurança Social, pouco mais de 200 euros.
Agora, já tenho o apoio da Câmara, o que é bom. Mas há uma outra medida da autarquia ainda mais importante: de 15 em 15 dias vem uma terapeuta e um professor a casa para ajudarem os meus filhos", descreve Elisabete Meireles. Celeste Carvalho é outra das cuidadoras a receber este apoio. Cuida da mãe, Gracinda Gonçalves, de 78 anos. "Tive de deixar o meu emprego e só tinha o subsídio de desemprego. Quando uma prima me falou deste programa, tentei saber tudo", conta. O processo avançou com o apoio de uma assistência social da Câmara, com quem já falava para prestar os cuidados à mãe. "Foi assim que me candidatei e soube que tinha sido aprovada. Será sempre uma ajuda".