Conheça o trabalho do Centro de Recuperação de Fauna do Parque Biológico
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Receber, tratar e recuperar animais encontrados feridos ou debilitados e promover, sempre que possível, a sua restituição ao meio selvagem são as principais missões do Centro de Recuperação de Fauna do Parque Biológico de Gaia (CRF-PBG). Esta equipa assume, ainda, um importante papel na sensibilização dos cidadãos para a conservação da vida selvagem e da diversidade biológica.
A funcionar nas instalações do Parque Biológico de Gaia, o CRF-PBG faz parte da Rede Nacional de Centros de Recuperação. De acordo com os responsáveis, "o trabalho em rede facilita a otimização de recursos e a melhoria dos canais de comunicação com os restantes centros de recuperação nacionais", principalmente os de maior proximidade, para onde são enviados alguns animais, consoante a espécie e caso clínico, para tratamento ou fase final de recuperação.
O Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, na Gafanha da Nazaré, o Centro de Reabilitação de Animais Selvagens do Hospital Veterinário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto-Douro e o Centro de Recuperação de Fauna Selvagem do Gerês são exemplos dos centros que trabalham em rede. A parceria é contínua, sendo transferidos de Gaia para outros centros cerca de cem animais por ano para a fase final de recuperação, o treino de voo.
O centro acolhe, em média, 2.500 animais por ano, tendo uma taxa de recuperação dos animais recebidos superior a 50%. São, sobretudo, passeriformes, provenientes de cativeiro ilegal, a águia-de-asa-redonda, o mocho-galego e o ouriço-cacheiro. Para defesa dos próprios animais, as atividades do centro não são visíveis para os visitantes do Parque Biológico, mas é sempre possível assistir à parte mais gratificante do projeto, que é a devolução dos animais à natureza depois de recuperados.
Além disso, alguns dos animais recebidos, cujas lesões impossibilitam o regresso à natureza, ganham uma nova casa no Parque Biológico e podem ser observados pelos visitantes. Este centro colabora, ainda, com as autoridades no acolhimento de espécies apreendidas. Inserido em meio urbano, recebe maioritariamente animais de espécies mais comuns. No entanto, "a noção de que este esforço de conservação deve aplicar-se, sobretudo, a espécies raras ou em perigo está hoje completamente ultrapassada, pois espécies que são agora comuns, amanhã podem estar sob inesperada pressão", revelam os responsáveis.
Por sua vez, trauma (tiro, colisão, atropelamento, predação), debilidade (má nutrição, desorientação), queda do ninho (primeiros voos), intoxicação/envenenamento e detenção ilegal são as principais causas de entrada dos animais no CRF-PBG. A equipa alerta, também, os cidadãos para os cuidados a ter caso se deparem com um animal numa dessas situações, referindo que devem contactar a entidade responsável mais próxima (GNR- SEPNA, PSP-BIPA), parque ou reserva, centro de recuperação mais próximo ou serviços veterinários municipais.