
O Bodega Brava tem uma coleção de tapas espanholas, de partilha ou consumo individual.
Foto: Rita Chantre
O verbo que se conjuga socialmente em Espanha ganhou um lugar à altura na Bodega Brava. Atrás do balcão deste animado bar de tapas na Avenida Valbom, em Cascais, o chef Henrique Rosa honra a tradição ibérica com tapas e pintxos - e bebidas para não os engolir em seco.
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Na Bodega Brava ouve-se sobretudo flamenco, alternado com sevilhanas e pop espanhol, como Julio Iglesias. As paredes ganham cor com cenários cascalenses, publicidades e figuras portuguesas como Amália e campinos ribatejanos, no que parece ser uma divertida fusão entre a cultura portuguesa e a espanhola. Quando se juntaram para abrir a Bodega Brava, no início do ano, Henrique Rosa, João Vital e Cláudio Cartaxo sabiam exatamente o que era necessário para recriar as típicas casas de petiscos espanholas, além da decoração, na comida e bebidas.
As obras no que tinha sido uma antiga casa de cachorros permitiram construir uma barra virada para o exterior, cuja esplanada em madeira tem algumas mesas altas, e em breve será também possível comer na mezzanine. Mas tem sido o espaço no meio, quase todo aberto para a rua, o grande aglutinador de convivas. “Às sextas e sábados chegamos a ter aqui 50 pessoas”, atira o chef Henrique Rosa, satisfeito com a adesão estar a superar as expetativas. O pico começa ao entardecer, como acontece nas bodegas de Barcelona e San Sebastián, onde viveu dois anos.
Cascalense tal como João, Henrique Rosa, 34 anos, soma 13 de experiência em restauração e apressa-se a explicar que “não é suposto a Bodega Brava ser um restaurante”, antes um lugar “social e que vende bebida, e em que a cozinha, sempre aberta, funciona como complemento”. Com efeito, das torneiras saem cervejas nacionais e a copo há quatro referências portuguesas de vinho branco e tinto, além de um vermute espanhol à base de vinho, servido com um par de azeitonas e uma rodela de laranja. Muito pedido é também o cocktail Basil Smash, com vodka.
Ainda que a comida seja um complemento, no menu com “clássicos de uma bodega” há várias opções para picar a solo ou dividir e que, além de refletirem a técnica do chef - que estudou no Basque Culinary Center, em San Sebastián -, representam a diversidade culinária de Espanha. Recentemente, entraram uma paella de perdiz; pintxos (pedaços de pão ciabatta cobertos com produtos do dia); brioche de javali; pão torrado com tomate, sal e azeite; e com azeitona verde, pimento e anchova. Croquetes de presunto e batatas bravas com molho aioli são mais pedidos.
“A maioria dos ingredientes vem de Espanha e, sempre que se justifica, adaptamos a produtos portugueses”, continua Henrique. Na lista de tapas clássicas encontram-se também escalivada (uma salada de pimentos assados, anchovas e beringela), típica de Barcelona; boquerones, ou seja, biqueirão fresco em vinagrada; e morcela de Burgos. De Espanha chegam ainda a carne do bife à Bravo, o solomillo (lombinho) e o chuletón maturado, assim como o hábito de comer conservas (estas, de Pinhais). Em maio, o Tardeo traz um pintxo e bebida a preço convidativo.
Bodega Brava
Avenida Valbom, 9-9A (Cascais)
Tel.: 927770776 (não aceita reservas)
De terça-feira a domingo, das 12h às 23h.
Web: linktr.ee/bodegabrava
Preço médio: 15 euros (tapas a partir de quatro euros)

