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Quero reclamar para esta época do ano o estatuto de exceção alimentar. Que haja exageros e loucuras boas. E que essa simbiose entre nós se construa à volta de uma refeição farta.
Não me venham com suscetibilidades balofas ou moralismos de pacotilha: o Natal fez-se para entrelaçarmos os corações, ouvirmos Mariah Carey até os tímpanos sangrarem, agonizarmos nas filas de trânsito, comprarmos prendas fúteis, mas sobretudo para comermos e bebermos muito para além do que o nosso estômago suporta. Se o caro leitor é um daqueles aficionados da contagem de calorias (pior: se vai correr às sete horas na manhã do dia 25), pode parar já e voltar à ditadura do plano alimentar. Se, por oposição, está entre a maioria (queremos crer) que beneficia de uma felicidade suprema por deglutir muitos e variados alimentos nesta época do ano, então é seguro continuar. Porque quando o Natal parar de ser uma exceção - e, em certa medida, um exagero - deixa de ter sentido.

