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Lisboa, 17 Fev (Lusa) - A greve na empresa Transportes Sul do Tejo (TST) está a ser cumprida por 75 por cento dos trabalhadores, afectando os serviços regulares de transporte, disse à Lusa fonte do sindicato dos trabalhadores dos transportes (SITRA).
A paralisação, iniciada às 04:00 e que se prolonga até às 14:00, visa protestar contra o facto de a administração ter encerrado as negociações para o acordo de empresa.
Em declarações à Lusa, Sérgio Monte, dirigente sindical do SITRA, afirmou que a adesão geral dos cerca de 350 trabalhadores com serviço agendado para esta manhã nas carreiras da TST ronda os 75%, sendo que em algumas zonas a adesão "varia".
"Na zona de Almada, Laranjeiro, Cacilhas, uma área geográfica forte da empresa, a adesão ronda os 90%,enquanto que no Montijo ronda os 50%", explicou o líder sindical.
Em Setúbal, o sindicato estima uma adesão de 60% e em Sesimbra 70% dos trabalhadores não foram trabalhar, sendo que nenhum carro com destino a Almada e Cacilhas saiu e apenas três fizeram a ligação a Lisboa, disse à agência Lusa o dirigente do sector naquela zona, Francisco Fonseca.
Os serviços mais afectados são os regulares de passageiros, principalmente nas ligações a Cacilhas e Almada, porque, explicou Sérgio Monte, "é uma zona forte da empresa".
Os serviços específicos de ligação a fábricas, como a ligação à Autoeuropa, e as ligações às estações da Fertagus não foram afectadas, por "solidariedade com outros trabalhadores nesta altura de crise", considerou o dirigente do SITRA, "labores que o sindicato preferia que não tivessem sido feitos", disse.
Sérgio Monte sublinhou que a "tendência é para a adesão aumentar até ao plenário", agendado para as 10:00, porque os condutores estão "mobilizados" e "revoltados".
Em causa está "a caducidade de acordo mútuo que está em vigor há mais de 20 anos", e, segundo o líder sindical, o encerramento das negociações "unilateralmente da parte da empresa" de um aumento salarial de "1 por cento e que podia chegar ao 1,5 por cento".
"Esta é uma data simbólica, no dia em que o Código de Trabalho entra em vigor: não queremos trabalhar sob o regime deste Código de Trabalho", acrescentou.
A greve, que junta trabalhadores do SITRA e do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (SEIRUP) dura até as 14:00.
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