
João Bruno Videira
Foto: DR
JNTAG - Em criança, João Bruno Videira adorava patinar. "A certa altura achava que poder andar sempre de patins me faria muito feliz para o resto da vida", recorda entre risos. Mas havia outro fascínio que o acompanhava: a televisão. "Por volta dos 12 anos comecei a sonhar em ser jornalista. Sempre gostei de comunicar e contar histórias", acrescenta.
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O designer e artesão cresceu em Tomar, "rodeado por fios de lã e cores por todo o lado", por influência da mãe, apaixonada pelos tapetes de Arraiolos. "Lembro-me de ir comprar lã com a minha mãe e de ficar fascinado com a forma como as lãs estavam arrumadas por cores e em secções. Ainda hoje tenho essa imagem muito presente."
Curioso e observador, decidiu estudar Comunicação Social, certo de que o seu futuro passaria por aí. Mas o destino trocou-lhe as voltas. "Um amigo desafiou-me a reciclar uma cadeira antiga", conta. A partir desse momento, começou a reinventar a lã - uma matéria-prima que o acompanhava desde a infância - e descobriu no trabalho manual uma nova forma de expressão.
No seu ateliê, em Tomar, cria peças únicas que refletem uma ligação profunda à Natureza. "Cada obra é uma celebração da transformação e do ciclo natural da vida", explica. A lã, material nobre e sensorial, é o fio que conduz as suas ideias, cruzando técnicas tradicionais com uma linguagem contemporânea.
Hoje, João Bruno é reconhecido pela sua arte têxtil, que combina artesanato tradicional e design moderno, sempre feita à mão, e em Portugal. As suas obras têm viajado pelo Mundo, de Londres a Paris, e este ano o artista apresentou uma instalação na Artbeat Fair, em Lisboa. "Se pudesse voltar atrás, diria ao miúdo que era para confiar no instinto e na curiosidade - porque é isso que me guia até hoje", confidencia.


