Nos últimos oito meses, foram intercetados a desembarcar ilegalmente no Algarve 69 migrantes provenientes do norte de África, com o último caso registado ao fim da tarde de terça-feira, na Ilha do Farol, em Faro.
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O Algarve tem sido procurado por migrantes ilegais como porta de entrada para a Europa, tendência que se tem acentuado no últimos meses. Desde dezembro que já foram intercetados 69 migrantes oriundos do norte de África na região.
Em dezembro de 2019, chegou à costa algarvia um grupo de oito migrantes e em janeiro deste ano 11 cidadãos marroquinos foram detetados ao largo da Ilha de Armona, no concelho de Olhão. A 6 de junho, foram detetados sete migrantes ao largo de Olhão. E no dia 15 do mesmo mês, uma embarcação com 22 homens foi intercetada quando os tripulantes se preparavam para desembarcar na Praia de Vale do Lobo, em Quarteira.
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Na altura, o ministro da Administração Interna afirmou numa comissão parlamentar que Portugal "não deve cair no ridículo" ao considerar que existe uma rede de migração ilegal para o Algarve. "Estando a falar de quatro desembarques desde dezembro de 48 pessoas devemos ter alguma dimensão do ridículo quando compararmos com aquilo que são 7500 chegadas a Espanha desde janeiro, mesmo com uma redução significativa de chegadas verificada este ano", precisou na altura Eduardo Cabrita, respondendo ao deputado do CDS-PP Telmo Correia.
A 3 de julho, três migrantes do grupo que se encontravam instalados no Espaço Equiparado a Centro de Instalação Temporária no Aeroporto do Porto evadiram-se daquele espaço, mas foram capturados horas depois e reinstalados no mesmo local.
Na terça-feira, um grupo de 21 migrantes foi intercetado pela GNR na praia da Ilha do Farol, em Faro, numa embarcação de madeira semelhante a outras que chegaram anteriormente à costa algarvia, referiu o comandante do Destacamento de Controlo Costeiro de Olhão.
O comandante deste destacamento, capitão Nuno Marinho, disse que a embarcação utilizada por este grupo "já se encontrava na areia" quando as autoridades chegaram ao local e que os migrantes, "aparentemente marroquinos", estavam "nas imediações da praia", tendo sido "intercetados já apeados".
Entretanto, a mesma fonte adiantou hoje à Lusa que os resultados dos testes de despiste à covid-19 realizados aos 21 migrantes foram todos negativos, sendo que o grupo se mantém instalado num pavilhão desportivo em Olhão. Os migrantes vão depois ser entregues à guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para serem posteriormente presentes a tribunal.