Motivada por ciúmes, mulher matou marido com facada perto do coração. Filho de 17 anos assistiu ao crime e pediu auxílio aos vizinhos.
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Com uma única facada, desferida perto do coração, Ana Costa, de 45 anos, matou o marido, Nuno Ribeiro, de 43, com quem mantinha um relacionamento há quase duas décadas. Ciúmes terão estado na origem de uma discussão que culminou, sexta-feira, pouco depois das 3.30 horas, na morte do homem, na casa onde o casal vivia, no centro de Estarreja. O filho de ambos, de 17 anos, que havia acordado com o barulho do conflito, ainda tentou separar os pais, mas acabou por não conseguir evitar a morte do progenitor.
Já não era a primeira vez que Ana Costa, desempregada, e Nuno Ribeiro, funcionário da empresa Meivcore, em Albergaria-a-Velha, discutiam por causa de ciúmes, com ela a suspeitar que o marido a traía. Na quinta-feira, depois de um dia aparentemente normal - "estiveram juntos à tarde, bem-dispostos, a lavar o pátio", segundo uma vizinha -, o casal acabou por ficar a ver televisão até de madrugada. E terá sido aí que a discussão começou. Ana Costa, primeiro, partiu o telemóvel do marido. Depois, foi à cozinha buscar uma faca. Entretanto, o filho do casal acordou, surpreendido pelo barulho, e ainda tentou, sem sucesso, evitar o pior. Segundo o JN apurou, o jovem estudante assistiu à mãe a esfaquear o pai, no corredor, saiu de imediato da habitação, situada no rés do chão, e foi pedir ajuda aos vizinhos de cima.
"A minha mãe espetou uma faca no meu pai", disse o rapaz. "Estava aos gritos, em pânico. Só dizia que não queria ficar sem os pais. Fiquei muito surpreendida, porque não tinha ouvido qualquer barulho ou confusão e não era costume ouvir discussões entre eles, a não ser aquelas brigas normais entre casais", explicou, ao JN, uma vizinha que solicitou não ser identificada. "O meu marido foi a pé chamar a GNR, eu fiquei aqui com o rapaz a tentar acalmá-lo e não entrei na casa", adiantou.
De faca na mão
Antes de chamar as autoridades policiais, o vizinho ainda terá tentado entrar na habitação, mas Ana Costa, ainda de faca na mão, tê-lo-á impedido. Quando os militares da GNR chegaram, encontraram a mulher deitada junto ao corpo do marido, a chorar. Pouco depois, quando a filha, de 25 anos - que não era filha biológica de Nuno, apesar de o tratar por pai -, se encontrou com a mãe, Ana confessou-lhe que "queria o marido de volta", contou uma vizinha. Ana não resistiu à detenção, sendo levada para o posto da GNR e, mais tarde, para as instalações da Polícia Judiciária de Aveiro, que investiga o caso. O corpo de Nuno acabaria transportado, já de manhã, para a morgue.
Apesar de na vizinhança ninguém se aperceber, as discussões entre o casal seriam frequentes, sempre motivadas por ciúmes. Tanto que houve queixas, de ambas as partes, por violência doméstica (ler texto ao lado) e Nuno chegou a sair uns tempos de casa. Ana Costa, ultimamente, apresentava sintomas de depressão e estava medicada. Dizia ser vítima de violência psicológica e de humilhação.