A leitura do acórdão do processo em que Rui Pinto, mentor assumido do Football Leaks, responde por 90 crimes foi, esta sexta-feira, reagendada para 13 de julho de 2023, às 14 horas.
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A comunicação da decisão estava agendada para as 10 horas, no Tribunal Central Criminal de Lisboa. Mas, tal como o coletivo de juízes já tinha alertado que poderia acontecer, foi decidida uma alteração não substancial de factos.
As alterações foram comunicadas por escrito, durante a sessão, a todas as partes no processo, desconhecendo-se, para já, o seu conteúdo. Em causa estarão correções à pronúncia (acusação após a fase de instrução), que, apesar de não afetarem o essencial do processo, têm de ser sujeitas a contraditório.
A pedido das defesas, o tribunal deu dez dias aos arguidos para se pronunciarem sobre o decidido, agendando para 26 de maio eventuais novas diligências de prova. Se estas não forem solicitadas, essa audiência não se realizará.
À saída do tribunal, o advogado do hacker autointitulado denunciante, Francisco Teixeira da Mota, considerou que "é previsível que haja uma condenação". Nas alegações finais do julgamento, em janeiro de 2023, o causídico já defendera a condenação de Rui Pinto a pena suspensa, uma vez que este confessou parcialmente os factos.
O mentor do Football Leaks responde por 89 crimes informáticos relacionados com o acesso, entre 2015 e 2019, aos sistemas informáticos do fundo de investimento Doyen Sports, do Sporting, da Federação Portuguesa de Futebol, da Procuradoria-Geral da República e da sociedade de advogados PLMJ. Rui Pinto, de 34 anos, está ainda acusado de ter tentado extorquir, em 2015, a Doyen Sports, em coautoria com o advogado Aníbal Pinto, que responde unicamente por este crime, negado por ambos.
O julgamento começou em setembro de 2020.