Jovem que participou em espancamento em Paredes entregou-se após fuga para França
O adolescente que fugiu para França após participar na agressão a um rapaz, de 18 anos, na estação de comboios de Paredes, entregou-se à GNR nesta segunda-feira. Passou a noite na cela do posto e, 24 dias após a cena de pancadaria partilhada nas redes sociais, foi interrogado pelo juiz e libertado.
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Nas declarações prestadas em tribunal referiu que as agressões não foram motivadas pelo roubo de um boné, mas sim por um desentendimento anterior entre a vítima e um dos elementos do grupo conhecido por "Gangue do Maranhão".
O caso aconteceu na madrugada de 19 de julho. Um vídeo partilhado nas redes sociais começa por mostrar o jovem, junto a um dos bancos da estação, a ser agredido, a murro, por um rapaz. Logo de seguida, aproximam-se mais três jovens, que também desferem diversas pancadas, sobretudo na cabeça.
A vítima dá alguns passos, cai e, já no chão, é atingida, a pontapé, pelo grupo, já constituído por seis agressores. Os golpes são dirigidos a diversas partes do corpo, mas com particular incidência na cabeça.
Aliás, o último pontapé é desferido, por um dos jovens, diretamente na cabeça da vítima, deixando-a claramente desnorteada. Ao tentar levantar-se, esta cambaleou até conseguir sentar-se no banco.
Mas, mesmo em dificuldades, o rapaz voltou a ser atacado pelo primeiro agressor, que apenas gritava "a raça de Penafiel sou eu".
Levado pelo pai para França
Em 30 de julho, a GNR anunciou a detenção de seis rapazes, de 16 a 19 anos e residentes em Freamunde, Paços de Ferreira e Penafiel. Levados a tribunal, todos foram indicados por ofensa à integridade física e pelo roubo de um chapéu e de um casaco da vítima.
Foram também libertados, mas obrigados a apresentações diárias nos postos policiais das respetivas áreas de residência, proibição de contactos entre si, proibição de aproximação da vítima num raio de 500 metros e proibição de se ausentarem da área das respetivas residências.
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Na ocasião, a GNR revelou que um sétimo suspeito continuava em fuga. Com 17 anos, residente na cidade penafidelense e autor do grito "a raça de Penafiel sou eu", o adolescente foi levado para França, nos dias seguintes ao violento episódio, pelo pai, emigrante nesse país, e ali arranjou emprego.
Confessou participação no espancamento
Porém, no último sábado, regressou a Portugal e, já na segunda-feira, deslocou-se, com a mãe, ao posto da GNR. Ficou imediatamente detido, passou a noite seguinte na cela e, nesta terça-feira, foi levado ao tribunal para ser interrogado pelo juiz.
Nas declarações prestadas, confessou ter participado nas agressões, mostrou-se arrependido e alegou que o espancamento não foi motivado pelo roubo de chapéu, mas sim por um diferendo entre a vítima e um dos elementos do "Gangue do Maranhão".
Foi, tal como os comparsas detidos anteriormente, libertado. E ficou, igualmente, proibido de contactar os jovens que participaram no espancamento e com as testemunhas. Está, ainda, proibido de se aproximar, num raio de 300 metros, da vítima.