O advogado de José Sócrates manifestou-se, esta segunda-feira, convicto de que o ex-primeiro-ministro vai ser libertado. João Araújo, em declarações aos jornalistas, lembrou que o prazo da decisão para a revisão das medidas de coação termina amanhã.
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Por isso, o advogado acrescentou, à saída do Departamento de Investigação e Ação Penal (DCIAP), no Campus da Justiça, em Lisboa, que não sabe se vai, ou não, ser notificado da decisão esta terça-feira. O prazo para a revisão das medidas de coação era de três meses.
Esta amanhã, segundo João Araújo, José Sócrates foi ouvido como testemunha num processo de violação do segredo de justiça, aberto pelo Ministério Público.
João Araújo não esclareceu ainda se vai interpor um pedido de libertação imediata ("habeas corpus"), reservando o momento para quando for "adequado, necessário e justificado".
"O nosso método, o nosso sistema, é prosseguir pelas vias normais até considerarmos que o processo está a correr pelas vias normais. Até agora, não encontrei desvio anormal para justificar diligências extraordinárias", acentuou.
Da parte da tarde, o ex-líder do PS voltou a ser ouvido como testemunha, mas desta vez num outro processo, que tem por base uma entrevista que Mário Machado deu a uma televisão.
"José Sócrates manifestou-me a tristeza pelo facto do Ministério Público mobilizar esforços por causa de uma denúncia [de Mário Machado]. É uma associação forçada do MP a um delinquente", afirmou João Araújo.
O advogado afirmou ainda que o ex-primeiro-ministro, detido preventivamente há três meses, "sente-se muito honrado de ser alvo de queixa de Mário Machado".
João Araújo admitiu haver "fugas de informação de quem controla o processo" em que o ex-primeiro-ministro, preso preventivamente em Évora, está indiciado de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal.
João Araújo referiu que "o segredo de justiça nasceu e existe para proteger as pessoas, seja este ou aquele".
No entanto, João Araújo, acompanhado do outro advogado de José Sócrates, Pedro Delille, referiu que o segredo de justiça "está a ser usado por uma empresa contra José Sócrates", sem concretizar qual.
"Essa violação do segredo de justiça faz ganhar milhões", acrescentou.
João Araújo explicou que a presença de José Sócrates no DIAP de Lisboa foi para "participar em duas diligências, ambas relativamente à violação do segredo de justiça".
"Sócrates sente-se profundamente ofendido pelas violações do segredo de jutisça", asseverou o causídico.