O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, aplicou uma sanção disciplinar de 45 dias de suspensão a um agente da PSP que partilhou um texto discriminatório na rede social Facebook em que criticava a entrada de um elemento de etnia cigana para a GNR.
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A pena foi suspensa pelo período de um ano. No entanto, por considerar que o comportamento do agente podia configurar, em abstrato, a prática de um crime de discriminação e incitamento ao ódio e violência, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) extraiu uma certidão das peças-chave do processo disciplinar e enviou o caso para o Ministério Público. Em causa está uma publicação efetuada pelo polícia no seu perfil pessoal e no grupo “Comunidade Chega”, ambos de acesso “público, livre e generalizado” em que dava conta que a Guarda tinha, “acabadinho de formar, um elemento de etnia cigana na sua corporação”.
“Isto per si, não diz nada de especial, nem queremos tão-pouco fazer juízos de valores, mas além da sua postura não aparentar ser a mais correta, é no mínimo estranho que o guarda em questão seja, alegadamente, reconhecido localmente como vendedor de produtos contrafeitos, o que configura a prática de um crime”, escreveu o agente num texto, acompanhado de fotografias do militar visado, a que deu o nome de “O GNR cigano”.