A Associação Portuguesa de Deficientes (APD) exigiu ao Ministério Público, nesta quinta-feira, que "atue rápida e firmemente para que todos os responsáveis sejam identificados e devidamente punidos", no caso registado há cerca de duas semanas e em que um deficiente foi sodomizado com um objeto contundente e ficou gravemente ferido, no lugar de Paço da Comenda, em Tomar.
Corpo do artigo
Em reação às notícias publicadas pelo JN sobre o caso nos últimos dois dias, a APD pede que as autoridades atuem sobre "os que praticaram as sevícias e os que assistiram sem procurar ajudar a vítima". "Exige-se, também, que as forças de segurança pública expliquem cabalmente porque não conseguiram proteger a vítima", acrescenta. "Este crime não pode ficar impune!".
A Polícia Judiciária está a investigar o caso, em inquérito dirigido pelo Ministério Público, mas até ontem não foram conhecidas detenções. A vítima, de 52 anos, sofreu lesões graves no reto e no ânus, tendo estado em coma e sido operada. Continua internada no serviço de cuidados intensivos do Hospital de Abrantes.
"Custa a crer que, num país com uma Constituição que garante os direitos humanos das pessoas com deficiência e que é signatário da Convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência, possa ser praticada a barbárie relatada pelo JN", comentou a APD, presidida por Gisela Valente.
A APD realça que está em causa "um crime público possibilitado por uma falha incompreensível e inaceitável da Autoridade Pública responsável por proteger a vida, a integridade física e a dignidade dos cidadãos e de lhes garantir o exercício de todos os direitos e liberdades sem qualquer tipo de discriminação".
A APD fala num "momento de profunda tristeza e grande inquietação para todas as pessoas com deficiência", manifestando a "solidariedade para com a vítima e familiares".