O presidente da República pediu, esta terça-feira, que não se façam generalizações sobre o ataque à faca no Centro Ismaili, em Lisboa, que provocou duas mortes, considerando que seria "injusto e precipitado" tratando-se de um "ato isolado".
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Marcelo Rebelo de Sousa esteve esta tarde no Centro Ismaili, em Lisboa, para manifestar solidariedade às famílias das vítimas e à comunidade ismaelita, tendo, em declarações aos jornalistas, afirmado que "não há nada que justifique um ato criminoso como este". "Sendo um caso isolado, não vale a pena estar a generalizar porque é injusto e é precipitado", defendeu.
O presidente da República espera "que a sociedade portuguesa compreenda que de um ato isolado, tal como ele aparece neste momento, não é possível retirar generalizações", recordando a importância do serviço prestado por esta comunidade, que espera que continue.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda a rápida intervenção das forças de segurança, considerando que esta atuação pronta "pode ter poupado consequências maiores".
Duas pessoas morreram hoje de manhã no Centro Ismaili em Lisboa após um ataque com uma arma branca. O suspeito, de nacionalidade afegã, foi detido. O incidente provocou ainda vários feridos, dois dos quais em estado grave.
Estando ainda em curso as investigações, o chefe de Estado afirmou ser prematuro avançar com mais considerações, referindo apenas que, daquilo que são os relatos, o atacante era uma "pessoa que era conhecida e que era apoiada" neste centro, sendo "de convívio muito habitual".
Questionado pelos jornalistas sobre os dados da criminalidade violenta do ano passado e se tem receio que atos como este se possam repetir, Marcelo Rebelo de Sousa começou por sublinhar que os "números são contraditórios".
"A criminalidade violenta aumentou, mas a criminalidade violenta grave diminuiu muito, portanto a violenta menos grave aumentou em relação a 2019 - era a última comparação porque com a pandemia parou tudo muito - mas a violenta mais grave diminuiu apreciavelmente", começou por responder.
Para o chefe de Estado é preciso fazer uma ponderação porque "havia quem admitisse que, como fruto da pandemia, no momento do desconfinamento, que foi em 2022, isso significasse uma subida em flecha da criminalidade violenta, mas também da mais grave e isso não aconteceu com a mais grave, aconteceu com a violenta".
"Se se provar aquilo para que a investigação aponta neste momento, é caso tão especifico, tão isolado, tão pessoal que é muito difícil generalizá-lo", reiterou.
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