No final do julgamento da morte de Açucena Patrícia, Abel Fragoso dirigiu-se aos juízes do Tribunal de Almada lamentando a morte da irmã mais nova de Djaló.
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"Estou bastante arrependido do que fiz, lamento a morte da Açucena e peço que seja feita justiça", disse ao coletivo de juízes. "Estar preso é muito difícil para mim, que sempre estudei e trabalhei ao longo da minha vida", acrescentou.
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A defesa de Abel Fragoso pede que este seja condenado por um crime de homicídio por negligência na morte de Açucena Patrícia, por onze crimes de ofensas à integridade física simples em relação às pessoas que atingiu com a sua viatura e condução perigosa.
Pedro Madureira pediu ao tribunal que tivesse em conta que o arguido nunca quis atropelar as pessoas que atropelou, entre as quais Açucena Patrícia. "O arguido disse em primeiro interrogatório judicial que se visse quem o tinha agredido era capaz de o atropelar, mas apenas essas pessoas, não outras", referiu Pedro Madureira, apoiando-se em tal para defender que Abel "não tinha intenção de atropelar nenhumas das pessoas que atingiu". "Disse-o em interrogatório judicial, no debate instrutório e no julgamento".
Para o advogado, "pegar nas palavras do arguido para provar que ele quisesse atropelar as vítimas é deturpar o que disse".
Pedro Madureira lamentou ainda que o MP invocasse o alarme social causado pelo atropelamento e defendeu que Abel Fragoso seja julgado pelos crimes que cometeu, não pelo mediatismo causado.
Sobre a areia que estaria no pavimento, o advogado explicou aos juízes que Abel não disse que tinha sido a areia a provocar o despiste, mas sim julgou que fosse um dos motivos, para além do consumo excessivo de álcool e a inexperiência de condução.