A rede, composta por 15 pessoas e com ligações internacionais, que foi desmantelada, esta terça-feira, pela PJ é suspeita de burlar largas dezenas de vítimas com falsos empréstimos publicitados na rede social Facebook. O dinheiro, cerca de 800 mil euros no total, era depois branqueado através de um esquema de sucessivas transferências bancárias com destino final no Benim e na Lituânia.
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Algumas das vítimas que passavam por graves dificuldades económicas, tornaram-se cúmplice da lavagem de dinheiro, ao aceitar receber nas suas contas bancárias dinheiro proveniente do crime.
Através de grupos nas redes sociais, onde eram publicitados os créditos, os burlões angariavam as vítimas, a quem era fornecido um número de telemóvel para poderem falar pessoalmente, através da rede encriptada WhatsApp. Os criminosos convenciam-nas de que tinham de pagar "à cabeça" entre 500 a 1500 euros para receber os empréstimos solicitados. A maioria dos lesados é portuguesa mas haverá também no estrangeiro.
Quando percebiam que nunca mais recebiam os valores, algumas vítimas apresentavam queixa. Mas outras insistiam e acabavam por aceitar entrar no esquema. A estes lesados era proposto abrir uma conta bancária onde iria receber importantes quantias de dinheiro, podendo ficar com uma pequena percentagem. Tornavam-se, assim, "mulas de dinheiro" e cúmplice de branqueamento.
Seguiam-se "outros movimentos financeiros que visavam criar uma cortina sobre aqueles que procediam à integração final na economia real, já em países terceiros (Benim e Lituânia), ficando as vantagens limpas para a organização", explicou a PJ, que realizou ontem buscas de norte a sul do País