A Polícia Judiciária do Porto lançou, na manhã desta terça-feira, uma mega operação que visou desmantelar um grupo suspeito de se dedicar a burlas e lavagem de dinheiro. Foram detidas 15 pessoas e realizadas 36 buscas de norte a sul do país. Os burlões faziam-se passar por fornecedores de bens e serviços ou intermediários de créditos. O dinheiro das vítimas transitava pela Lituânia ou Benim.
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Em causa estão crimes de burla informática, burla qualificada e branqueamento. A PJ explica que os "factos em investigação enquadram-se num esquema de branqueamento de caráter transnacional, que visa ocultar, converter e integrar na economia legítima importâncias provenientes de diversos tipos de burlas, sendo os lesados em regra cidadãos nacionais".
As vítimas abriam mão de importâncias que transferiam para contas de terceiros. Eram supostos fornecedores de bens ou serviços ou ainda intermediários de crédito. Depois das transferências realizadas, sucediam-se "outros movimentos financeiros que visavam criar uma cortina sobre aqueles que procediam à integração final na economia real, já em países terceiros (Benim e Lituânia), ficando as vantagens limpas para a organização", precisa ainda a PJ do Porto.
Para esses países eram remetidos os cartões de crédito e credenciais de movimentações de contas, para que o dinheiro das burlas pudesse ser lá movimentado.
"Na sequência das trinta e seis buscas domiciliárias, realizadas nos municípios de Porto, Gondomar, Ermesinde, Braga, Santo Tirso, Vila Nova de Gaia, Paredes, Vila do Conde, Maia, Esposende, Barcelos, Viana do Castelo, São Mamede de Infesta, Águeda, Figueira da Foz, Ovar, Coimbra, Ílhavo, Alcobaça, Santarém, Murça, Reguengos de Monsaraz, Évora, Vila Viçosa, Castelo de Vide, Carnaxide, Montemor-o-Velho, Palmela, Setúbal, Covilhã, Cacém, Lisboa, Sintra, Olhão e Santa Cruz, foi dado cumprimento a 15 mandados de detenção", precisa ainda a PJ.
As autoridades acreditam que os 15 detidos, todos de nacionalidade portuguesa e com idades compreendidas entre os 25 e os 60 anos, faziam do crime modo de vida.
Para levar a cabo as buscas, a PJ contou com 180 elementos da Polícia Judiciária, contando com a participação, além da Diretoria do Norte, também da Unidade Nacional Contra a Corrupção, Diretoria do Sul, Diretoria do Centro e Departamentos de Investigação Criminal de Madeira, Braga, Leiria, Setúbal, Guarda e Vila Real.