As buscas da "Operação Fora de Jogo II", que ontem se centraram na SAD do Braga e do Vitória SC, em Guimarães, assim como nos escritórios da Gestifute e do empresário Deco terminaram já de madrugada.
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As buscas visaram recolher documentação sobre alegados negócios simulados, celebrados entre clubes de futebol, agentes e futebolistas, suspeitos de terem montado um esquema para ocultar rendimentos e assim fugir à retenção na fonte e outros impostos.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, as buscas só terminaram cerca das 2 horas e a informação que foi ontem apreendida levou à realização de nova recolha de prova, já está quinta-feira, na zona de Lisboa. O Departamento Central de Investigação e Ação Penal auxiliado pela Autoridade Tributária estão a realizar buscas num escritório, onde está prevista a apreensão de documentos ligados a negócios do futebol.
Já as diligência de ontem visaram essencialmente recolher documentação sobre os contratos de três jogadores. Além de Raphinha, agenciado por Deco, estão também os negócios de Loum e Galeno. Em causa estão crimes de fraude fiscal, fraude à segurança social e branqueamento de capitais.
A par do principal suspeito, o superagente Jorge Mendes, também foram buscados Miguel Pinto Lisboa, presidente do Vitória, e Carlos Freitas, ex-diretor-geral de Futebol do clube. Também foram buscados os escritórios do empresário Bruno Macedo, arguido no processo "Cartão Vermelho" em que Luís Filipe Vieira foi detido. Macedo também é visado no caso que levou à realização, no início desta semana, de buscas no Estádio do Dragão e na casa de Pinto da Costa.
A investigação acredita terem existido negócios simulados, celebrados entre clubes de futebol e agentes, "que tiveram em vista a ocultação de rendimentos do trabalho dependente, sujeitos a declaração e a retenção na fonte, em sede de IRS, envolvendo jogadores de futebol profissional", esclareceu o DCIAP.
A mega-operação "Fora de Jogo", que engloba diversos inquéritos sobre crimes fiscais nos negócios de futebol envolvendo 500 milhões de euros em transferências, comissões, contratos de trabalho e prémios a investigação, já conta com 134 arguidos.