Artista, de 21 anos, foi surpreendido pela PJ no camarim, antes de um concerto, em Benavente.
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Miguel Bravo, cantor que participou no concurso televisivo “Got Talent”, foi detido, na noite de anteontem, momentos antes de atuar nas festas de Porto Alto, em Benavente. O artista, de 21 anos e que tem sido notícia pela marcação de concertos em diferentes localidades para a mesma hora, é suspeito da prática de três crimes de abuso sexual de crianças e de três crimes de pornografia de menores, envolvendo uma vizinha de 13 anos. E há suspeitas de que possam existir mais vítimas.
À hora do concerto marcado para o concelho de Benavente, os elementos da Comissão de Festas do Porto Alto subiram ao palco onde o artista devia atuar e informaram os espetadores que o espetáculo de Miguel Bravo já não iria acontecer. Motivo? O cantor tinha sido detido pela Polícia Judiciária (PJ), momentos antes, nos camarins que lhe foram disponibilizados pela organização.
Pensou-se, então, que a detenção estava relacionada com as recentes notícias a dar conta que Miguel Bravo era acusado de burla, por marcar sucessivos concertos, para o mesmo dia e hora, em localidades separadas por centenas de quilómetros e aos quais não comparecia.
Porém, já na manhã de ontem, um comunicado da PJ esclarecia que a investida justificava-se pela “prática de três crimes de abuso sexual de crianças e de três crimes de pornografia de menores agravados, em Évora”. “A vítima, do sexo feminino, com 13 anos, foi sendo instigada e persuadida, desde dezembro do ano passado, a trocas de fotos e vídeos de cariz sexual”, lia-se também no comunicado.
Coagiu menor
O JN apurou que Miguel Bravo e a vítima são vizinhos, numa localidade de Évora, conheceram-se no ano passado e trocaram os números de telefone. Desde essa altura, e aproveitando a fama que o programa televisivo lhe granjeou, Miguel Bravo, foi ganhando ascendente sobre a rapariga e, com o passar do tempo, começou a pedir que a menor lhe enviasse fotografias e vídeos íntimos. Esta aceitou, mas, quando quis parar, foi coagida pelo cantor a manter as conversas de teor sexual.
A adolescente terá enviado cerca de cinco imagens, até que, há cerca de 15 dias, a sua mãe teve acesso ao seu telemóvel e descobriu a troca de mensagens com Miguel Bravo. Apresentou, de imediato, a queixa que levou à detenção de anteontem.
A PJ suspeita que a vizinha de 13 anos não seja a única vítima do cantor. Testemunhos recolhidos durante a investigação apontam para um comportamento criminoso de Miguel Bravo junto de outras adolescentes.
Perícias ao telemóvel
As perícias ao telemóvel do artista, apreendido nos camarins de Porto Alto, serão fundamentais para confirmar esta hipótese, uma vez que serão analisadas as conversas mantidas por Bravo, nos últimos meses.
Ao início da tarde de hoje, o cantor será levado ao Tribunal de Évora para ser interrogado pela primeira vez. No final, o juiz irá decretar as medidas de coação que o artista terá de cumprir até à conclusão da investigação.