Capelão que defendeu fuzileiros diz que eles "foram atacados e entraram em modo defesa"
Licínio Luís, antigo capelão da Marinha e que defendeu publicamente os fuzileiros envolvidos na pancadaria que provocou a morte de Fábio Guerra, sendo assim afastado por Gouveia e Melo e mais tarde reintegrado, defendeu esta quinta-feira em tribunal que Cláudio e Vadym foram atacados, entraram em modo de defesa e que ficaram frustrados com a morte do polícia.
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"Julgo que o que aconteceu foi fruto de uma noite complicada, eles abusaram do álcool e quando estive com eles na Base do Alfeite não tinham consciência do que tinham feito. Foram embora na boa, mas quando souberam da morte de Fábio Guerra ficaram em baixo, frustrados", disse Licínio Luís.
O atual capelão do Exército ficou apreensivo quando soube que Coimbra e Vadym estavam com Clóvis Abreu naquela noite. Sabia que Clóvis era o filho do homem abatido a tiro pela GNR no Seixal, quando tentou matar os Guardas numa superfície comercial.
"Ao estarem com o Clóvis, pressupus que estivessem envolvidos em alguma situação ilegal, como droga, e que eles fossem seguranças do próprio Clóvis, mas vi que não, que estavam a divertir-se e quando saíram da discoteca foram atacados e entraram em modo defesa".
Licínio Luís atestou o caráter de Cláudio Coimbra, com quem tinha maior proximidade. "É um puto lutador que, apesar de não ser sempre certinho, tinha uma dimensão de humildade como os seus pais".
"O Coimbra lutou pelo que queria, inclusive a constituição de um ginásio, e, sendo pessoa pequena, mostrou ter capacidade para ser grande no mundo do pugilismo. Criou um ambiente positivo à volta dele no ginásio", disse o capelão, acrescentando que, enquanto fuzileiros, deviam ter maior frieza perante uma situação de ataque, mas estavam atordoados pelo consumo excessivo de álcool.