O Ministério Público (MP) pediu a condenação de Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko por crime de homicídio, no caso da morte do agente da PSP Fábio Guerra. Para o procurador Luís Lourenço, o primeiro arguido merece uma pena não inferior a 20 anos de prisão, pelo homicídio qualificado do polícia e também por outros dois crimes de homicídio, tentados. Nestes casos, Cláudio Coimbra foi acusado de crimes de ofensas à integridade física, mas, do ponto de vista do representante do MP no julgamento, a violência exercida deve ser entendida como tentativa de homicídio.
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"Qualquer pessoa que se aproximasse dos arguidos caía, era soco-queda. Fábio Guerra tentou afastar os arguidos da primeira vítima que agrediam, mas não conseguiu e afastou-se. Estamos a falar de uma pessoa com 55 quilos e 1,70 metros, que é mais frágil que qualquer uma das restantes. Fábio estava atrás de outro rapaz quando foi agredido por Vadym, caiu e, já inanimado, foi pontapeado no chão pelos dois arguidos", disse o procurador Luís Lourenço. Fábio acabou por falecer em consequência desses golpes.
"Ao atingirem as pessoas na cabeça quando estavam no chão, revelam especial censurabilidade, sabiam bem que os seus atos podiam provocar a morte e, perante Fábio Guerra, cometeram crime contra uma vítima especialmente vulnerável, pela sua compleição física", prosseguiu Luís Lourenço.
O procurador do MP considerou que nenhum dos arguidos manifestou arrependimento. "Vadym dirigiu-se à família de Fábio Guerra e lamentou o que aconteceu, mas qualquer um lamenta. Lamentar, lamentamos todos, mas nenhum de nós praticou os factos e não há, assim, arrependimento".
Para o magistrado, provou-se que os polícias se identificaram como tal para separar os arguidos de uma vítima que era pontapeada no chão, já inanimada, e que não há dúvida que os dois arguidos tinham preparação física acima da média. "Basta ver o vídeo, era soco e queda".