Marido e mulher convenceram tia sem descendentes a ir morar eles. Depois, usando motivos falsos, persuadiram-na a assinar procurações que depois usaram para se apoderarem de 281 mil euros. Foram agora acusados pelo Ministério Público de um crime de burla qualificada e um crime de abuso de confiança.
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A arguida é sobrinha da vítima, uma idosa nascida em 1928 e que não tinha descendentes diretos. Após a morte do marido, em 2013, o casal convenceu-a tia a ir residir com eles, em Fafe.
Segundo a acusação do Ministério Público de Braga, os arguidos sabiam que a vítima detinha um vasto património investido em produtos financeiros e depósitos bancários e decidiram apropriar-se dele.
Em 2015, "aproveitando-se da condição vulnerável da vítima", convenceram-na a outorgar-lhes duas procurações justificando que seriam para tratar de "pequenas questões burocráticas, nomeadamente o levantamento de correio registado".
As procurações serviam para muito mais pois, acrescenta o Ministério Público, "concediam-lhes poderes para procederem ao resgate de aplicações financeiras ou à movimentação de contas bancárias de que fosse a vítima titular". Tal faculdade nunca foi explicada à vítima, refira-se.
Munidos das procurações, marido e mulher, sem autorização e contra a vontade da vítima, efetuaram levantamentos e transferências bancárias e resgataram aplicações financeiras, apoderando-se de um total de 280 970,40 euros.
O Ministério Público de Braga acusou agora os dois da prática, em coautoria, de um crime de burla qualificada e de um crime de abuso de confiança. Pede que, sem prejuízo dos direitos da ofendida, sejam os arguidos condenados a pagar este montante ao Estado, por corresponder à vantagem que tiveram com a prática do crime.