Eliza Grouso Pinto, 26 anos, mulher do empresário português Carlos Inácio Pinto, preso em Vigo sob suspeita de a ter tentado matar, reuniu naquela cidade galega com o advogado do marido para tentar um acordo que poderia tornar inconsequente a acusação.
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No entanto, o conselho da sua advogada oficiosa impediu o êxito da tentativa, ficando marcada nova reunião para a próxima semana. Enquanto isso, o marido continua hospitalizado, sob prisão, no hospital de Vigo.
A mulher, representada em Espanha por uma advogada oficiosa daquele país, chegou à Galiza acompanhada pelos pais - que, vindos da Roménia, chegaram há dias ao Porto para lhe prestar apoio - e pelo causídico portuense Aníbal Pinto, conhecido por lidar com "causas complicadas".
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Ao que o JN apurou, em cima da mesa terá estado a hipótese de Eliza não repetir ou acrescentar "absolutamente nada" às declarações que fez às autoridades após a agressão, supostamente perpetrada por Carlos, no quarto do hotel onde se hospedaram faz amanhã 15 dias. De igual modo, o marido passaria também a optar pelo silêncio, mas, sobretudo, não repetiria a versão de "legitima defesa" que avançou, sem convencer a juíza que o inquiriu, especializada em casos de violência doméstica.
Esta solução - recusa de qualquer um dos cônjuges testemunhar contra o outro - poderia esvaziar o julgamento que, sem outras testemunhas da cena violenta, teria como epilogo provável a absolvição do português. No entanto, segundo fonte judicial, este acordo esbarrou na opinião da defensora oficiosa da alegada vítima. A advogada espanhola aconselhou Eliza "a manter a acusação e ir a julgamento", mostrando-se convicta de que aí "conseguirá sem dificuldade a condenação" do português e a consequente indemnização.
Eliza preferirá o acordo para "arrumar já com a questão", exigindo apenas o divórcio - que o marido também pretende -, para "seguir a vida noutro rumo". Com dúvidas, pediu uma semana "para refletir". Ao que o JN sabe, a jovem não quer ir a julgamento, por razões que se prenderão "com a sua privacidade" - "tem passado os últimos dias a fugir dos jornalistas". No entanto, há quem acrescente a este receio o facto de "estar pouco à vontade" com as dúvidas que a policia espanhola mantém sobre a versão que ela contou.
Teste negativos para álcool e droga
Sobre a noite do crime vão surgindo outros pormenores. Sabe-se agora, por exemplo, que Eliza e Carlos foram sujeitos a testes de deteção de álcool e que ambos deram resultado negativo, embora vários hóspedes tenham dado conta da noite de euforia vivida pelo casal, nas horas que antecederam a agressão.