O início da instrução do processo do hacker Rui Pinto, agendado para esta quarta-feira, está a ser acompanhada por jornalistas de publicações estrangeiras, nomeadamente da alemã "Der Spiegel". A sessão decorre no Campus de Justiça, em Lisboa.
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Rui Pinto é suspeito de ter tentado extorquir entre 500 mil e um milhão de euros ao fundo de investimento Doyen, para parar a publicação de contratos e outras informações sensíveis da empresa no site "Football Leaks". Terá ainda invadido o sistema informático de outras entidades.
O gaiense está acusado, no total de 147 crimes de acesso informáticos, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência e um de tentativa de extorsão. O seu advogado à data da alegada tentativa de extorsão, Aníbal Pinto, é igualmente arguido, por ter presumivelmente mediado a negociação com a Doyen.
O causídico começou a ser interrogado, à porta fechada, pelas 11.30 horas, cerca de uma hora depois da hora agendada para o início da diligência. Só depois decorrerá o debate instrutório, destinado à apresentação de argumentos pelas partes.
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Esta parte da sessão pública não tem ainda hora para começar, mas a elevada afluência de jornalistas levou já à transferência das diligências das instalações do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa para a sala grande do Campus de Justiça, por ter mais lugares.
Inicialmente, chegou a ser autorizada, ao contrário do que é habitual e após um pedido do "Der Spiegel", a captura de imagens no interior da sala de audiências, mas, segundo fonte do tribunal, tal acabou por ser rejeitado por Rui Pinto.
À entrada, o seu advogado, Francisco Teixeira da Mota, adiantara já aos jornalistas que o hacker não irá prestar declarações nesta fase. A expectativa da defesa, é fazer cair uma parte dos crimes por que Rui Pinto está acusado.
Já Aníbal Pinto afirmou, à chegada ao Campus de Justiça, que irá tentar provar a sua inocência.
A instrução é uma fase facultativa do processo que se destina a apurar se existem indícios suficientes para o processo seguir, ou não, para julgamento e, se sim, em que termos. A decisão da juíza de instrução não deverá ser conhecida esta quarta-feira.
