"De repente, ouvi gritar e vi o Renato dar uma facada no Igor", conta testemunha a partir da Suíça

Fábio Melo, que depôs por videoconferência, a partir de Zurique, contou ao tribunal que tinha ido com Igor Silva ao Estádio da Luz, ver o Benfica-Porto, jogo em que os dragões garantiram o título de campeão nacional de futebol na época 2021/22. Logo à entrada da bancada, cruzaram-se com Marco Gonçalves, conhecido por "Orelhas", que, de imediato, se envolveu numa cena de pancadaria com Igor Silva. A situação foi sanada com a chegada da polícia e todos viram o jogo "normalmente".

No final, Fábio Melo e Igor Silva regressaram ao Porto, jantaram numa rulote a caminho do Dragão, onde tencionavam participar nos festejos do título, com outros amigos que entretanto se lhes juntaram. Já nas imediações do estádio, foram às rulotes "comprar cerveja". Terá sido aí que Igor foi abordado e questionado, "aos gritos", por uma mulher da família de Marco Gonçalves, sobre a contenda, horas antes, na Luz. "O Igor repetiu-lhe várias vezes que não discutia com mulheres", relatou a testemunha, acrescentando que, naquele momento, decidiram afastar-se do grupo de pessoas que envolvia a mulher, aparentemente, todos ligadas a "Orelhas".

"Estivemos ali mais cinco minutos e decidimos, por maioria, não continuar nos festejos, para evitar confusões", contou. Terão começado então a subir, "em direção à Repsol, onde deixamos o carro". Igor caminhava, com uma amiga, pela berma da estrada, e a testemunha e os restantes amigos seguiriam pelo passeio. "De repente, ouvi gritar, olhei e vi o Renato dar uma facada no Igor, que se virava para ele. Era uma faca grande, tipo de cozinha", especificou. "Ficamos todos paralisados, mas vi o Igor fugir em direção à multidão e o Renato desaparecer. Passado o choque inicial, "corremos na direção do Igor para o ajudar e, quando o vimos, estava caído, com o Paulo por cima dele e o "Orelhas", mais afastado, "com as mãos cheias de sangue".

A testemunha não viu mais facas, além da que diz ter visto nas mãos de Renato, que fugira, segundo ele.

Igor levou 18 facadas e, até hoje, o tribunal não sabe quem desferiu as restantes 17.