O recurso de José Sócrates contra a aplicação de prisão preventiva no primeiro interrogatório tem setas apontadas ao juiz que decretou a medida de coação. Carlos Alexandre é criticado por se comportar como acusador, em vez de juiz, ao acolher sem distanciamento as posições do Ministério Público, representado pelo procurador Jorge Rosário Teixeira.
Corpo do artigo
O documento, assinado pelos advogados João Araújo e Pedro Delille, foi entregue no processo, pendente no Departamento Central de Investigação e Ação Penal e no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, e procura rebater os indícios de crimes constantes no despacho que colocou o ex-primeiro-ministro na cadeia de Évora.
Mas o tom mais grave é dirigido a apreciações de Carlos Alexandre no despacho. Manifestando concordância com a prisão preventiva proposta para três arguidos (Sócrates, o amigo Carlos Santos Silva e, na altura, o motorista João Pedro Perna) pelo Ministério Público, o juiz escreveu, a dado passo, que as medidas de coação "a pecarem, não será por excesso". Os advogados do ex-primeiro-ministro afirmam-se arrepiados, a imaginar que outras medidas poderiam ser tidas pelo juiz como excessivas.
Ler mais na versão e-paper ou na edição impressa