O deputado e ex-presidente da Câmara de Espinho, Joaquim Pinto Moreira, suspeito de receber luvas para facilitar operações urbanísticas do Grupo Pessegueiro, é interrogado na sexta-feira no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, onde deve ser constituído arguido por crimes de corrupção.
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Adquirindo essa qualidade no processo, o que só foi possível após o levantamento da imunidade parlamentar, Pinto Moreira deve assim suspender o seu mandato de deputado a partir desta sexta-feira.
Poucos dias depois das buscas à sua residência, a 10 de janeiro, o parlamentar eleito pelo PSD tinha afirmado que iria suspender o mandato depois de ser constituído arguido, apesar de garantir a sua inocência.
No âmbito da "Operação Vórtex", o presidente da câmara que lhe sucedeu nas últimas autárquicas, Miguel Reis, foi entretanto colocado em prisão preventiva, onde permanece. Os inspetores também detiveram o construtor Francisco Pessegueiro, que ficou igualmente preso, mas que acabou por ser colocado em prisão domiciliária, na semana passada. Este empresário é suspeito de ter pago luvas de dezenas de milhares de euros tanto a Joaquim Pinto Moreira como a Miguel Reis, para obter benesses do departamento urbanístico da câmara em projetos de construção milionários.
O ainda deputado do PSD também é suspeito de ter pressionado, em 2021, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e, em maio de 2022, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil para que estas entidades nacionais emitissem pareceres favoráveis a empreendimentos de Pessegueiro Investments, em Espinho.