A Polícia Marítima levou a cabo uma megaoperação de combate ao tráfico de meixão na zona de Lisboa da qual resultaram três detidos e sete arguidos. A investigação, que decorre há dois anos, já permitiu deter 21 suspeitos e apreender centenas de quilos de meixão, avaliados em mais de cinco milhões de euros.
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A operação de ontem, quinta-feira, permitiu desmantelar uma organização que se dedicava ao tráfico internacional de meixão. Foram realizados 26 mandados de busca domiciliária e não domiciliária. Três pessoas foram detidas e outras sete foram constituídas arguidas.
Apreenderam-se cerca de 77 quilos de meixão vivo e 18 quilos de meixão congelado, quatro viaturas, cerca de 4 mil euros em dinheiro, diversas armas de fogo e armas brancas, apetrechos de pesca, material de acondicionamento, malas de viagem, tanques e material de oxigenação, vários documentos e provas digitais e produto estupefaciente (cocaína e cannabis).
Meixão no valor de mais de cinco milhões de euros
A investigação da Unidade Central de Investigação Criminal da Polícia Marítima, que decorria há dois anos, já tinha detido, em flagrante delito, 21 indivíduos de várias nacionalidades e apreendido cerca de 420 quilos de meixão, na fase de transporte por via aérea, e de 293 quilos de meixão, durante o transporte por via terreste. As apreensões no âmbito do inquérito totalizaram mais de 800 quilos de meixão, avaliados em mais de cinco milhões de euros.
A operação, que decorreu nos concelhos Benavente, Cascais, Salvaterra de Magos e Vila Franca de Xira, contou também com a colaboração dos elementos dos Comandos Regionais da Polícia Marítima, do Grupo de Ações Táticas (GAT) da Polícia Marítima, da PSP, da GNR e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Segundo um comunicado da Polícia Marítima, "a enguia europeia (espécie anguilla anguilla), cujo termo "meixão" designa o seu estado final da fase larvar, consta como espécie protegida na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), podendo a sua captura ser considerada crime de "danos contra a natureza"".
De acordo com a EUROPOL, à data de dezembro de 2023, um quilograma desta espécie protegida – anguilla anguilla –, equivale a um valor monetário de cerca de 6.500€/kg.