Cadastrado passava os dias a abordar mulheres nas ruas para lhes tirar as joias. Vítima mais nova tem 80 anos e a mais velha, assaltada na quarta-feira, 93.
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Durante, pelo menos, três meses, um cadastrado, de 43 anos e residente em Ermesinde, Valongo, roubou, nalguns casos de forma violenta, peças de ouro a "um conjunto alargado" de idosas, que abordava na rua. O último crime foi cometido anteontem, visou uma mulher de 93 anos e levou à detenção do indivíduo, em flagrante, pela GNR. Mas, apesar da prova recolhida pelos militares, o juiz decidiu ontem libertá-lo, na condição de o mesmo se apresentar semanalmente no posto policial.
Sem profissão e já com cadastro por furtos e roubos, que, porém, nunca o fizeram cumprir uma pena de prisão, o homem saía de Ermesinde todas as manhãs. Ao volante do seu carro de alta cilindrada - um Audi A6 -, dirigia-se a localidades rurais e isoladas dos distritos do Porto, Braga e Aveiro e, uma vez aí, localizava idosas a percorrer as ruas ou a dar pequenos passeios nas imediações das suas habitações.
Em seguida, parava a viatura junto às vítimas (a mais nova tem 80 anos) e, sem nunca abandonar o lugar de condutor, tentava ganhar a sua confiança com diferentes mentiras. Na maioria das situações, dizia que era um familiar a trabalhar numa ourivesaria de França e que pretendia tirar fotografias aos anéis, brincos ou colares para mostrar ao patrão.
Se as idosas lhe passassem as joias para a mão, o burlão fugia de imediato. Mas se aquelas mostrassem alguma resistência, não hesitava em roubar, com violência, os objetos valiosos. Uma das mulheres teve os brincos arrancados das orelhas e algumas vítimas sofreram ferimentos na sequência da fuga a alta velocidade.
O grande número de crimes levou a que a GNR empenhasse, nos últimos três meses, muitos meios na investigação, o que permitiu que o último roubo, ocorrido numa aldeia do Grande Porto, fosse presenciado pelos guardas, que o detiveram de imediato.
A GNR aconselha os idosos a não transportar muito dinheiro ou objetos de valor e a não confiar em indivíduos estranhos e bem-falantes. "Não demonstre estar sozinho, mesmo que não esteja ninguém em casa" e "denuncie todas as situações" são outros conselhos.