Direção da PSP reuniu-se com sindicatos para reforçar "solidariedade" com polícias em protesto
O diretor nacional da PSP, Barros Correia, reuniu-se esta quinta-feira, em Lisboa, com seis sindicatos da instituição para "reforçar" a sua "solidariedade" com o protesto que, nos últimos dias, tem ganho dimensão em todo o país por melhores condições salariais e de trabalho dos polícias.
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"A reunião serviu acima de tudo para o nosso diretor nacional, pessoa que nos dirige, mostrar efetivamente e confirmar e reforçar o espírito de solidariedade para com este movimento, para com esta luta", adiantou, à saída da reunião, o presidente da Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, em nome de todas as estruturas sindicais presentes.
Questionado sobre se Barros Correia tinha pedido "bom senso" nos protestos, Bruno Pereira retorquiu que "já todos os sindicatos" tinham apelado a tal. "Os polícias têm padrões elevados de ética", sublinhou, alegando que as paragens de carros de serviço que se têm sucedido, por supostamente não terem condições para circular e em particular na área do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, "não fazem parte do protesto" em curso.
"Se, até há uns dias, haveria alguma tolerância e alguma condescendência com aquilo que possam ser condições menos favoráveis de segurança para o desempenho da sua missão, essa tolerância terá chegado a um fim. A um fim, porque, do outro lado, não vemos respeitados aquilo que são os anseios legítimos de todos os polícias", explicou. "Cansaram-se de ser maltratados", acrescentou.
O atual movimento começou depois de um agente do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP ter iniciado, no domingo à noite, uma vigília em frente à Assembleia da República, em Lisboa. A ação tem contado com o apoio de outros elementos das forças de segurança, incluindo da GNR, que se têm concentrado em solidariedade quer no próprio Parlamento quer em frente a outras instituições de Norte a Sul do país.
Esta quinta-feira, por exemplo, mais de meia centena de profissionais em funções na direção nacional da PSP concentraram-se, na sua pausa para almoço, em frente às instalações onde trabalharam e onde decorrera, durante a manhã, a reunião entre Barros Correia e a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, o Sindicato dos Profissionais de Polícia, o Sindicato Nacional da Polícia, o Sindicato Independente da Polícia, o Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia e o Sindicato Nacional da Carreira de Chefes da PSP.
Segundo Bruno Pereira, os protestos não têm data para terminar. Os sindicatos, que estão de relações cortadas com o Ministério da Administração Interna, vão ainda pedir para se reunir com os partidos políticos para apresentarem as suas reivindicações.
"Teremos vontade de ter uma discussão alargada com todos os representantes dos partidos políticos que queiram ver este assunto como prioridade máxima", frisou.