O desconfinamento está a trazer de volta os assaltos armados a carrinhas de distribuição de tabaco. Os ataques destes gangues sucedem-se e num registo particularmente violento.
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Duas carrinhas de tabaco foram assaltadas na zona de Lisboa nos dois primeiros dias de desconfinamento. As empresas de distribuição alertam que os gangues estão a voltar à carga e sentem-se desamparadas.
O flagelo dura há vários anos e há grupos criminosos que se especializaram nestes assaltos, afirma fonte do Grupo Bel, um dos maiores distribuidores do país (que detém uma participação na Global Notícias - Média Group, S.A., proprietária do JN, entre outros órgãos de comunicação social).
Também o Estado perde com estes roubos pois a grande fatia da venda de tabaco corresponde a impostos que, assim, ficam por cobrar. O JN tentou obter informações adicionais junto das forças de segurança sobre estes assaltos mas tal não foi possível em tempo útil.
"Trabalho excelente" das forças de segurança
A empresa salienta a boa cooperação com as forças de segurança que têm feito um "trabalho excelente" com os meios que possuem e num contexto difícil. Ainda esta terça-feira, a GNR acorreu a um motorista sequestrado em menos de cinco minutos.
O Grupo Bel realça que está a envidar todos os esforços para prevenir os crimes. Porém, lamenta que haja quem desvalorize estes assaltos que, além de prejuízos, causam sequelas psicológicas nas vítimas.
"Sentimo-nos desamparados perante este flagelo enorme. Era importante uma discussão séria, sem alarmismos, e que os outros órgãos de justiça dessem a importância que o crime merece", apela a fonte.
Maior incidência no Norte e em Lisboa
Estes assaltantes atacam armados e os crimes têm maior incidência no Norte e na zona de Lisboa. Apesar de em apenas dois casos ter-se verificado violência grave, estas ocorrências deixam marcas psicológicas nos motoristas que são ameaçados com armas, manietados e fechados nas viaturas em locais remotos.
O responsável da empresa de distribuição alerta que estes gangues também recorrem a furtos de máquinas de tabaco, normalmente em pequenas povoações. Partem montras de cafés e arrastam as máquinas, causando um grande desassossego nas pessoas e elevados danos materiais.
No ano passado, o Grupo Bel contabilizou 141 furtos a máquinas de tabaco e 10 assaltos à mão armada. Foi um ano marcado pelo confinamento, mas, agora que as restrições começam a ser levantadas e os negócios começam a reabrir, as empresas e as forças de segurança antecipam que o número destes crimes vai aumentar drasticamente.