O julgamento de 13 cidadãos arguidos e sete empresas, acusados da prática de 35 crimes de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal, além de branqueamento de capitais e falsificação de documento, tem início, esta segunda-feira, perante um coletivo de juízes do Tribunal de Beja.
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Entre os acusados estão oito cidadãos romenos, sete homens e uma mulher, dois moldavos, dois espanhóis e uma portuguesa, uma contabilista com escritório em Cuba. Seis dos arguidos estão em prisão preventiva: cinco no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), entre os quais Elvis Stinga, o alegado cabecilha do grupo, e a mulher em Tires.
O processo nasceu na sequência da "Operação Espelho", com duas investigações autónomas, iniciadas em Lisboa e outra em Cuba.
A 21 de novembro de 2023, a Polícia Judiciária deteve 14 pessoas no processo titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, em que centenas de imigrantes foram aliciados para trabalhar no Alentejo e acabaram explorados.
Após a abertura de instrução do processo, uma juíza de Ferreira do Alentejo decidiu não pronunciar uma cidadã de Espanha, residente em Sevilha.
A atividade dos arguidos desenvolveu-se entre 2019 e 2023, e terá gerado milhares de euros de lucro, que o Ministério Público quer reverter para o Estado, e que se traduzem na perda de vantagem de 9.1 milhões de euros.
Dado o grande número de arguidos e o facto de o Salão Nobre do antigo Governo Civil não oferecer condições de segurança, o julgamento vai realizar-se no auditório da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL).