Está confirmado. Já há algum tempo que havia indícios de que estavam a ser usados drones para introduzir artigos proibidos nas prisões portuguesas e, na madrugada de terça-feira, um destes pequenos aviões não tripulados foi filmado por uma câmara de videovigilância a largar uma encomenda de telemóveis na cadeia de Custóias.
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O episódio começou por ser relatado ao JN por fontes prisionais, sendo depois confirmado pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. "O sistema de CCTV do Estabelecimento Prisional do Porto detetou, em tempo real (2.25 horas) um drone que deixou cair, no pátio da Ala A, um pacote de leite que trazia no seu interior três telemóveis, um carregador e uma bateria", comunicou a DGRSP.
Tudo teria sido combinado de forma a que, pela manhã, um recluso saísse para o recreio e resgatasse os telemóveis. Porém, assim que estes foram largados pelo drone, "foram imediatamente recolhidos e apreendidos pelos elementos da guarda prisional", disse a Direção-Geral.
O uso de drones para lançar drogas ou até armas nas cadeias já é bastante conhecido em países como Inglaterra, EUA ou Brasil. Por cá, pelo menos desde 2016 que se noticiam avistamentos de drones a sobrevoar prisões. Por outro lado, ainda em outubro de 2018, por exemplo, o JN noticiou que tinham sido encontrados, também em Custóias, dois pacotes de leite de litro com um quilograma de haxixe, dois telemóveis e respetivos carregadores. Faltava, porém, uma prova que ligasse aquele tipo de episódios. Até ontem.
Em 2017, foi afixada nos estabelecimentos prisionais uma circular que só autoriza os guardas a dispararem balas de borracha contra os drones.