A Polícia Judiciária deteve Elad Dror, CEO do grupo Fortera, uma empresa com capitais israelitas que vai construir, em Gaia, o Skyline, o edifício mais alto do país, com 28 andares. O grupo tem mais dois investimentos em Gaia. O vereador do Urbanismo da Câmara de Gaia foi também detido, esta manhã, no âmbito da "Operação Babel".
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O grupo referiu, em comunicado, que "Elad Dror se encontra nas instalações da Polícia Judiciária, no Porto, e que irá colaborar com a Justiça para o esclarecimento de qualquer facto que lhe possa ser imputado".
"Neste momento, não há ainda conhecimento dos contornos que serão necessários esclarecer. A empresa tem em curso um investimento relevante na área de Gaia e poderá ser em torno do mesmo que será necessário prestar esclarecimentos. Reafirmamos que iremos colaborar ativamente com a investigação", conclui a empresa.
O Fortera, que está sediado na Rua do Rei Ramiro, tem em Portugal mais de 20 projetos, distribuídos por Gaia, Espinho, Porto e Braga, que contemplam mil apartamentos, 818 quartos de hotel, num investimento total de 750 milhões de euros e uma área de construção de 235 mil metros quadrados.
No seu sítio ficamos a saber que o grupo foi criado em 2015 para "se tornar líder no desenvolvimento e gestão imobiliária no mercado imobiliário em Portugal com especialização em reabilitação e renovação", tendo sócios com "mais de 12 anos de experiência empresarial no país" e mais de 300 colaboradores.
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Skyline é o nome do mais emblemático projeto do grupo que promete revolucionar o centro de Gaia, seja pelas suas características (inclui uma torre com 28 andares, a mais alta do país), seja pelo traço do arquiteto Souto Moura. A construir na Rua do General Torres, perto da Câmara de Gaia, exige um investimento de 150 milhões de euros e terá, segundo o CEO do grupo, Elad Dror, agora detido , os "apartamentos mais caros" do país.
O empreendimento ocupa uma área de mais de 54 mil metros quadrados, com um hotel de cinco estrelas e um conjunto de "serviced apartaments" de luxo.
A construção, que deveria iniciar-se este ano, irá desenrolar-se em cinco fases e contempla um centro de congressos para 2500 pessoas, uma praça urbana, 300 apartamentos para o segmento médio alto, parque de estacionamento para 700 veículos, escritórios e retalho.
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O grupo israelita prevê avançar primeiro com a construção do hotel, da praça central, do parque de estacionamento e do centro de congressos e quer terminar a obra num prazo de três anos.
Elad Dror afirmava ao Dinheiro Vivo, em julho de 2022, que o preço do metro quadrado dos apartamentos rondaria os sete mil euros, oferecendo as comodidades de um hotel com a vantagem de se estar em casa, sendo geridos por uma marca hoteleira de luxo.
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Também em Gaia, junto à ponte da Arrábida, vai nascer o "Alive Riverside", que será servido pela nova linha do Metro do Porto, a Rubi.
O investimento é da ordem dos 110 milhões de euros, na construção de quatro edifícios, sendo que a comercialização dos dois primeiros já começou, num total de 122 apartamentos com tipologias de T1 a T5.