Pescador caiu ao mar, na Boca do Inferno, em Cascais, e está desaparecido. Sem-abrigo guardava material e reservava lugares a troco de dinheiro.
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Uma discussão entre um sem-abrigo que guardava os melhores lugares para pescadores, na Boca do Inferno, Cascais, ganhando assim algum dinheiro, e um pescador que ocupou um dos sítios "reservados" resultou em homicídio. Durante a disputa, na noite de quarta-feira, o suspeito, de 54 anos, que reside perto do local, empurrou Gonçalo Trindade, de 49 anos, para o mar. A vítima ainda emergiu, mas acabou por desaparecer apesar dos esforços de testemunhas para o salvar. O sem-abrigo foi detido pela Polícia Judiciária.
Esta tarde, ainda decorriam buscas para recuperar o corpo, já com um perímetro alargado até à Costa da Caparica, onde se acredita que o corpo venha a dar à costa, dadas as correntes marítimas predominantes na zona. O caso aconteceu perto das 20 horas de quarta-feira quando agressor e vítima, residente na Amadora, discutiram numa exígua plataforma rochosa muito procurada por pescadores, localizada por baixo do miradouro da Boca do Inferno.
A vítima caiu ao mar de uma altura de cerca de três metros e outros pescadores que se encontravam no espaço ainda tentaram resgatar Gonçalo Trindade, que voltou à superfície e tentou nadar para terra. Disseram-lhe para tirar a roupa, que lhe dificultava os movimentos e ainda lhe lançaram um balde com uma corda para que ele o agarrasse, mas a força das ondas acabou por levar a melhor e Gonçalo Trindade foi arrastado e deixou de ser visto.
A Polícia Marítima (PM) de Cascais foi alertada minutos depois e mandou para o local uma lancha salva-vidas, bem como o navio Setúbal da Marinha e uma equipa de mergulhadores que realizaram buscas no local do desaparecimento, sem sucesso.
O sem-abrigo permaneceu no local e às autoridades confessou ter empurrado a vítima, mas alegou que não pretendia que ele caísse ao mar. Testemunhas confirmaram o empurrão e o homem acabaria detido pela PJ, que vai investigar o caso. A família da vítima foi alertada pelas autoridades e deslocou-se ao local, tendo recebido apoio de elementos do Gabinete de Psicologia da PM.
Esta quinta-feira, meios da PM e dos bombeiros de Almoçageme e de Cascais realizaram buscas no mar e em terra. Um helicóptero da Base Aérea do Montijo também foi acionado, mas foi desmobilizado a meio da manhã devido ao forte nevoeiro.