O estudante de Engenharia detido pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita de ter matado e decapitado um homem, no centro de Lisboa, guardou a cabeça da vítima no frigorífico de casa. No entanto, terá sido movido pelos remorsos que, cerca de 24 horas após o crime, a entregou no Hospital de São José, em Lisboa. Ouvido este sábado por um juiz, ficou em prisão preventiva.
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Tal como o JN noticiou, a investigação ainda não apurou totalmente em que circunstâncias o agressor e a vítima se conheceram, mas sabe-se que isso aconteceu poucas horas antes do crime.
Ao que tudo indica, seria uma relação de uma noite e ambos decidiram ir para a ruela do Pátio Salema, onde foi consumada a decapitação. Nem o estudante, de 29 anos, nem a vítima, de 34, viviam naquele local, onde existem alojamentos arrendados de forma informal.
Sabe-se que, para degolar a vítima, o agressor usou uma faca de cozinha, que seria apreendida pela PJ, em casa do suspeito, de nacionalidade nigeriana.
No próprio dia da descoberta do corpo, a PJ apurou que se tratava de um cidadão de origem guineense, que vivia e trabalhava em Lisboa.
Depois de degolar a vítima, o estudante levou a cabeça da vítima, que conservou consigo no frigorífico de casa até ao dia seguinte.
A meio da tarde de quinta-feira, levou-a num saco plástico ao Hospital de São José, onde foi retido por elementos da PSP e entregue à Polícia Judiciária. Confessou o crime num primeiro tempo e depois passou a ter um discurso confuso e incoerente.
Ainda assim, as diligências da PJ permitiram consolidar as suspeitas e formalizar a detenção por crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e posse de arma proibida.
Em comunicado emitido na sexta-feira, a PJ informou que "não foi recolhido qualquer indício que relacionasse o crime com o tráfico ou o consumo de estupefacientes".