Homem que entregou cabeça de decapitado no hospital é principal suspeito do crime
Um homem entregou, na tarde desta quinta-feira, no Hospital São José, em Lisboa, a cabeça do homem que foi encontrado decapitado numa ruela, perto do Rossio, conotada com tráfico e pequena criminalidade.
Corpo do artigo
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o homem chegou ao hospital cerca das 15.30 horas e limitou-se a dizer aos agentes de serviço que a cabeça estava relacionada com o crime do Pátio Salema. Ainda segundo apurou o JN, num primeiro tempo, terá assumido a autoria do crime, mas depois, começou a ter um discurso incoerente e contraditório.
O homem foi retido pelos agentes e entregue a inspetores da Polícia Judiciária, que já o levaram para a sede, onde está a ser interrogado. Ao que tudo indica, o homem é tido como o principal suspeito do crime e deve ficar detido.
Recorde-se que a vítima foi encontrada sem documentos, telemóvel ou objetos que permitam uma identificação, numa zona frequentada por dezenas de sem-abrigo ou cidadãos estrangeiros em situação precária, além de pessoas ligadas ao pequeno tráfico e criminalidade.
A cabeça, agora entregue, não estava junto ao corpo e tudo indica ter sido o homicida a levá-la para outro local. A investigação acredita que o autor do crime quis evitar ou pelo menos retardar a identificação da vítima, que é de origem africana.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, o decapitado foi morto durante a madrugada de terça-feira, poucas horas antes do corpo ser descoberto. Sabe-se ainda que o crime foi cometido naquele local, no Pátio Salema, onde pernoitam muitas pessoas ligadas à criminalidade associada ao tráfico e consumo de droga. E foi uma dessas pessoas que alertou a PSP, após ter descoberto o cadáver. Estava muito ensanguentado, mas, além da decapitação, o corpo não apresentava outros sinais de violência.
Os agentes isolaram o local para que os eventuais vestígios fossem preservados. Os especialistas de polícia científica do laboratório da PJ passaram toda a ruela a pente fino, enquanto os inspetores da brigada de investigação de homicídios procuravam ouvir moradores que pudessem identificar a vítima.
Na ruela, existem apenas alojamentos locais e quartos com fracas condições, arrendados informalmente, onde muitos imigrantes vivem em situação de sobrelotação. É provável que a vítima fosse conhecida de alguns desses moradores, mas, ontem à hora do fecho desta edição, ainda não tinha sido identificada.
Ao início da tarde, o corpo foi transportado para o Instituto de Medicina Legal de Lisboa para ser autopsiado, o que também poderá contribuir para a identificação.