Encontro amoroso acabou em homicídio: homem que entregou cabeça decapitada foi detido
O homem que entregou, na quinta-feira, a cabeça de um homem cujo corpo foi encontrado decapitado no centro de Lisboa, foi detido por suspeita de homicídio qualificado e profanação de cadáver. Vítima e homicida conheceram-se poucas horas antes do crime e terão estado envolvidos numa relação amorosa que correu mal. Faca do crime foi apreendida.
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A Polícia Judiciária (PJ) anunciou, esta sexta-feira, a "detenção de um cidadão estrangeiro, de 29 anos, fortemente indiciado pela prática dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e posse de arma proibida, ocorridos em Lisboa, na noite de 29 para 30 de julho". O suspeito é um cidadão nigeriano que garantiu às autoridades estar em Portugal a estudar num estabelecimento de ensino superior em Lisboa.
Em causa está a descoberta de um corpo decapitado, cuja cabeça foi entregue, na quinta-feira à tarde, no Hospital São José, por um homem. Tal como o JN noticiou ontem, o indivíduo confessou o crime num primeiro tempo e depois passou a ter um discurso confuso e incoerente. "A PJ submeteu o suspeito a um conjunto de diligências de prova, cujas conclusões indiciavam-no como sendo o autor material dos factos", lê-se no comunicado.
A vítima é um cidadão estrangeiro, de 34 anos, em situação regular no país, refere a PJ.
Acrescenta ainda que "foram apreendidos diversos objetos com interesse probatório, entre eles a faca que se presume tenha sido utilizada na consumação do crime" e que será sujeita a perícias.
Segundo a PJ, na origem do crime "estarão razões de índole pessoal" entre os dois homens, que se teriam conhecido recentemente.
O JN conseguiu apurar que vítima e homicida cruzaram-se na noite do homicídio de forma fortuita. Terão decidido envolver-se numa relação amorosa, num contexto que a PJ ainda tem de esclarecer. Gerou-se uma disputa que levou o agressor a golpear a vítima no pescoço, ao que tudo indica com uma faca, que foi apreendida. A análise forense ao telemóvel do detido poderá ajudar a esclarecer as circunstâncias da relação entre os dois homens e do crime.
"Não foi recolhido qualquer indício que relacionasse o crime com o tráfico ou o consumo de estupefacientes", esclarece ainda a Judiciária.
O detido, de nacionalidade nigeriana, será levado a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.