Auxiliar numa escola de Resende terá molestado jovens alunas no estabelecimento de ensino e em casa. Detido pela PJ do Porto, foi libertado pelo Tribunal de Viseu e proibido de contactar menores.
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Um ex-comandante dos bombeiros de Resende, auxiliar numa escola daquele concelho, foi indiciado por uma dezena de crimes de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência pelo Ministério Público (MP) de Lamego. É suspeito de ter molestado duas jovens com deficiência cognitiva, alunas do estabelecimento de ensino onde trabalha. Depois de ter sido detido pela Polícia Judiciária (PJ) do Porto, esta semana, o indivíduo, de 50 anos, vai continuar em liberdade, por decisão de um juiz de instrução criminal de Viseu, mas fica proibido de exercer funções e de contactar com menores.
O caso chocou a população de Resende, onde o arguido é muito conhecido por ter exercido funções na Associação Humanitária.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, as duas vítimas têm cerca de 18 anos e uma delas ainda é aluna do ensino especial na escola onde o arguido trabalha como auxiliar. A outra, mais velha, já não frequenta o estabelecimento de ensino, mas foi lá que, há cerca de três anos, o ex-comandante dos bombeiros terá começado a ganhar a confiança das alunas.
Abusos na escola
Existem suspeitas de que o auxiliar tenha começado a molestar a vítima mais velha no interior da escola, ao longo dos últimos anos. Os atos terão sido praticados num local pouco frequentado, longe dos olhares de alunos e professores. Depois de esta vítima ter saído do ensino especial, há vários meses, o indivíduo terá passado a aproveitar-se dela em sua casa. Nunca a jovem denunciou os abusos e terá sido uma familiar a desconfiar e a comunicar as suspeitas à GNR de Resende, que encaminhou o caso ao MP de Lamego, tendo este delegado a investigação na PJ do Porto.
Há suspeitas de que a vítima mais nova, que continua na escola, também tenha sido ali molestada. Aliás, terá sido uma professora a aperceber-se do que se passava, no mês passado, e a informar a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco e as autoridades.
Os dois casos foram comunicados ao MP em meados de janeiro e foi decido agir com rapidez, até porque, ao contrário das outras atividades letivas, o ensino especial não encerrou, apesar das medidas de restrição anticovid, existindo perigo de continuação do crime.
O indivíduo foi detido no início desta semana e, sujeito a primeiro interrogatório judicial no tribunal de Viseu, ficou em liberdade, mas obrigado a apresentações periódicas à polícia. Foi proibido de contactar com menores e assim afastado das suas funções na escola.