Relação familiar difícil acabou em tragédia em Vinhais. Em 2023, homem foi alvo de queixa por violência doméstica e GNR apreendeu-lhe três armas.
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Um ex-emigrante, em França, matou a mulher e feriu a filha, este sábado, na aldeia de Agrochão, no concelho de Vinhais, com uma pistola. A seguir, ter-se-á suicidado.
Ao final da manhã, depois de alertados via INEM, os Bombeiros de Vinhais entraram na casa do casal e encontraram ambos os idosos, de 80 anos, em paragem cardiorrespiratória e a filha, de 49, ferida com gravidade.
Após os disparos sobre as duas mulheres, o octogenário terá posto termo à própria vida. Não estaria mais ninguém na moradia, além do casal e da filha, e foi esta quem deu o alerta. Apesar de ferida por três tiros na zona do tórax, telefonou para o INEM e para uma pessoa sua conhecida na aldeia de Agrochão.
“Morte anunciada”
O homem, José Pereira, já tinha sido alvo de queixas de violência doméstica, em Vinhais, e, anteriormente, em França, por parte das filhas. Segundo vários familiares, “tinha uma relação péssima” com Silvy.
A GNR confirmou ao JN que, em 2023, chegou a apreender ao idoso três armas de fogo, de forma preventiva, depois de receber queixa das filhas, ambas emigrantes em França.
Amândio Pereira, primo de José, contou que “pai e filha tinham uma má relação e agrediam-se mutuamente”. “A Silvy era emigrante, mas, há cerca de um ano, tinha vindo para Portugal e o pai não a queria em casa. Ela chegou a bater ao pai”, garantiu.
Ao que o JN apurou, Silvy viajava com frequência entre França e Portugal e tinha regressado há poucos dias, mas o pai não a deixou alojar-se em sua casa. “Esta manhã, [ela] foi ver a mãe e devem ter discutido. Andavam sempre a discutir um com o outro”, referiu Amândio Pereira.
Uma parente, Ascensão Pereira, explicou que, muitas vezes, “a filha ameaçava o pai e chegaram a agredir-se”.
A população diz que se trata de uma “morte anunciada” e lamenta sobretudo por Maria Isabel, a idosa assassinada. Esta, de resto, já teria manifestado preocupação com a visita de Silvy. “Ela andava com o coração em punho com a preocupação. Tinha medo que se pegassem”, explicou Ascensão Pereira.
Por as relações com o pai serem más, uma das filhas já tinha deixado de visitar os pais em Portugal.