Um homem está nos cuidados intensivos do Hospital Padre Américo, em Penafiel, depois de ter sido violentamente agredido por motivos fúteis. O agressor, de 31 anos, foi detido no início desta semana e colocado em prisão domiciliária.
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Os dois indivíduos são membros de famílias rivais de Penafiel e ambos já tiveram problemas com a justiça. O homem internado no Hospital Padre Américo foi, inclusive, condenado no julgamento da Máfia do Vale do Sousa, cujos elementos obrigavam os donos de cafés, bares e discotecas de Penafiel, Paços de Ferreira, Lousada e Marco de Canaveses a pagar avultadas quantias de dinheiro pela segurança ilegal dos estabelecimentos.
O caso aconteceu no final da tarde de 6 de maio, quando o desempregado estava junto à plataforma de acesso à estação da CP de Penafiel a discutir com várias pessoas. Agitado e sem motivo aparente, atirou garrafas contra os vidros da estação, pontapeou estruturas ali existentes e urinou e saltou em cima de um dos carros estacionados.
No mesmo local estava o antigo membro da Máfia do Vale do Sousa, hoje com 56 anos, que, incomodado com o que estava a suceder, decidiu dar uma cabeçada no peito do desempregado. Este reagiu a murro e, já com o opositor inanimado, levantou-o com uma mão, deu-lhe um soco e deixou-o cair com violência.
Depois, arrastou o corpo desmaiado durante alguns metros, repetiu a agressão durante alguns minutos e só terminou quando uma mulher o obrigou a entrar numa viatura acabada de chegar.
Receio de represálias
O ex-membro da Máfia do Vale do Sousa foi levado para o Hospital Padre Américo, em Penafiel, onde continua internado nos cuidados intensivos e com assistência para respirar. E foi precisamente no Hospital Padre Américo que, dois dias após os acontecimentos na estação da CP, o agressor tentou entrar.
Foi impedido pelos auxiliares hospitalares e, no início desta semana, seria detido pelos militares do Núcleo de Investigação Criminal de Penafiel da GNR.
Levado a tribunal, o Ministério Público requereu que o agressor fosse indiciado por tentativa de homicídio, mas o juiz de instrução criminal entendeu que os fatos ocorridos justificam apenas a imputação do crime de ofensa à integridade física.
Mesmo assim, ordenou a prisão domiciliária, com vigilância eletrónica, do agressor. Até porque há o receio de represálias entre as famílias dos dois homens, conhecidas em Penafiel pelo envolvimento em episódios de violência.