A família da grávida desaparecida da Murtosa em 3 de outubro de 2023 vai requerer a repetição do julgamento deste caso. Insiste que Mónica Silva foi assassinada e o autor do crime foi o arguido, Fernando Valente, mas houve da parte do tribunal de júri erros na apreciação da prova, defende.
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No acórdão absolutório, a 8 de julho, nem sequer ficou provada a morte de Mónica Silva, o que revoltou a família da vítima.
O advogado da família, António Falé de Carvalho, aponta ao acórdão contradições insanáveis e afirma, ao JN, que já concluiu o recurso a interpor para o Tribunal da Relação do Porto. Mas só vai dar entrada do mesmo no primeiro dia após as férias judiciais de verão, a 1 de setembro, para pedir a reapreciação da prova.
Sem se alongar em pormenores, invocando respeito pela atividade dos magistrados, o advogado considera "haver todas as condições para uma reviravolta total no processo". "O que implicaria a condenação de Fernando Valente à pena máxima", refere.
Jurados sem perguntas
O recurso destacará que as juízas terão feito "tábua rasa" de determinados meios de prova que a própria Relação do Porto tinha considerado, em recurso anterior, "inequívocos". Também fará notar que, em dez sessões de julgamento, nenhum dos jurados fez uma única pergunta.
A eventual repetição do julgamento pode ou não implicar a mudança das três juízas. Os jurados, esses, terão de ser outros.
Os familiares de Mónica Silva acreditam que o julgamento teria tido outro desfecho, a condenação do arguido, se o julgamento tivesse decorrido de porta aberta ao público e a jornalistas.