
Sara Silva, irmã gémea, e Filomena Silva, tia da grávida da Murtosa
Foto: Joaquim Gomes
O Ministério Público (MP) pediu a absolvição de Sara Silva, a irmã gémea da grávida desaparecida da Murtosa, Mónica Silva, mas solicitou que Filomena, a tia da vítima, seja condenada, ainda que parcialmente, por alegada difamação a Fernando Valente, absolvido do crime de homicídio.
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A procuradora do MP de Estarreja afirmou, esta sexta-feira, nas alegações finais do julgamento no Tribunal de Estarreja, que a tia deverá ser condenada por parte das acusações de difamação, enquanto a irmã gémea deverá ser absolvida, "por ter sido sempre mais contida".
Filomena Silva, numa entrevista, "não se limitou a afirmar as suas suspeitas, utilizando expressões atentatórias como ladrões e assassinos, isso não é liberdade de expressão. São expressões insultuosas de ataque pessoal gratuito", salientou a magistrada.
O advogado Dario Matos, que representa Fernando Valente, pediu a condenação para ambas as arguidas, devido a várias entrevistas que concederam, "por afirmarem ter sido aquele suspeito "o assassino" da grávida desaparecida da Murtosa.
Sem influência no júri
Para o advogado António Falé de Carvalho, defensor de Filomena Silva, "impõe-se" a absolvição da arguida, alegando que tal como Sara Silva, não cometeu nunca qualquer difamação contra Fernando Valente, nas entrevistas e nas redes sociais. O mesmo advogado disse não fazer sentido queixar-se de que as afirmações das arguidas proferidas aos órgãos de comunicação social "teriam capacidade para influenciar juízes e jurados" do julgamento, em que Valente respondia por homicídio.
Segundo a advogada Marta Bessa Rodrigues, que defende Sara Silva, "ficou aqui mais do que provado não ter havido qualquer difamação, não existiu qualquer ato ofensivo da parte de Sara Silva, apenas verbalizou, como a tia, aquilo que lhes ia na alma".
A leitura da sentença ficou marcada para a tarde do dia 13 de outubro.
